Em sua sexta e última Eurocopa defendendo a seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo protagonizou uma cenas mais marcantes do torneio, vencido pela Espanha. O craque chorou copiosamente depois de perder um pênalti na prorrogação contra a Eslovênia nas oitavas de final e teve que ser consolado pelos companheiros.

Nesta quarta-feira (28), em um bate-papo com Rio Ferdinand, lendário ex-zagueiro do Manchester United, que foi ao ar em seu próprio canal do Youtube, o atacante do Al Nassr explicou por que não conseguiu segurar as lágrimas e, em tom de desabafo, fez duras críticas à forma que é tratado pela imprensa mundial.

”É muito mais fácil criticar do que dar valor ao quer você tem. Nós sabemos como a imprensa funciona: se você falar bem, não vende (notícia), então tem que falar mal. É normal. E se você fala de Cristiano, é primeira página. Normal, eu sou o cara mais seguido do mundo. Não é só pelo meu rosto bonito, mas por tudo: futebol, troféus, família, estilo de vida. Eles me seguem porque, de alguma maneira, gostam de mim. As críticas fazem parte”, começou por afirmar.

”Mas, sobre o choro na Euro, quando se fala de paixão, não pode se preocupar sobre os seus sentimentos. Eu chorei no dia que perdi o pênalti, que Oblak, para mim, fez uma defesa fantástica. Mas vamos interpretar que eu errei o pênalti. Quando chorei, não foi porque eu achei que Portugal seria eliminado e que o mundo cairia nas minhas costas. Não foi isso. As pessoas não me conhecem”, seguiu.

”Imagine que você acertou os últimos 27 pênaltis que bateu, então aquele que você erra não te deixa mal. Não é por mim. Eu fiquei triste pela minha mãe, pelos meus filhos, minha namorada, que estavam no estádio para me ver. Você acha que eu pensei sobre Portugal ser eliminado por minha causa? Eu juro, nem pensei nisso”, completou.

Maior artilheiro da Euro, Cristiano não balançou as redes na última edição. Foram 23 finalizações, sendo nove no alvo, além de um pênalti perdido (e dois convertidos em decisões por pênaltis). A seleção de CR7 chegou até as quartas de final, quando perdeu para a França por 5 a 3 nas penalidades.

Apesar disso, o principal ídolo de Portugal se despediu do torneio com inúmeros recordes: jogador que disputou mais partidas (30), maior artilheiro (14 gols), maior assistente (8) e recordista em participações (6).

”Eu coloco pressão em mim desde os 11 anos. ‘Cristiano, você é o melhor jogador do mundo’. Na minha cabeça, sempre penso assim. E isso tem lados bons e ruins. Quando perdi o pênalti, me senti mal pelos fãs, pela minha família, por mim. Não pelo que as pessoas disseram”, admitiu CR7.

Aos 39 anos, o ”Robozão” ainda não sabe quando vai parar de jogar profissionalmente. Ele tem contato com o Al Nassr até junho de 2025 e segue em busca de seu primeiro título pelo clube saudita.