Um dos maiores destaques do Real Madrid desde a temporada passada, o meia Jude Bellingham é desfalque certo na equipe merengue para as próximas partidas. Na semana passada, após treino da equipe espanhola, o atleta passou por exames que detectaram lesão no músculo plantar fino da perna direita.
O clube espanhol não informou o tempo de recuperação, mas a contusão é considerada “rara” por especialistas.
“Essa lesão é muito rara, principalmente por ser um músculo que, apesar de longo, não tem grande volume muscular, fazendo com que ele não exerça grande função na articulação, apenas uma ajuda aos movimentos e, por isso, há poucos registros de lesão”, explica Jéssyca Maria, fisioterapeuta esportiva associada à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física.
“Outra questão é que, algumas vezes, essa lesão é negligenciada. Como é um músculo que está colado nos principais músculos da panturrilha, uma lesão dele acaba sendo avaliada como uma lesão da panturrilha em geral”, acrescentou.
A fisioterapeuta também detalha as situações mais comuns que podem levar a essa contusão rara.
“As principais causas são movimentos explosivos, como corridas rápidas e arranques, além do estresse excessivo. Assim como as outras regiões do nosso corpo, o atleta está em constante estresse e se essa região estiver enfraquecida, esse será um fator de risco. Outra causa pode ser a própria fraqueza e desequilíbrio desse músculo”, salientou.
Outro fato curioso é que, por ser um “músculo pequeno” e “menos relevante” do complexo sistema gastrocnêmico, o “plantar fino” ainda gera muitos debates na comunidade médica, causando confusão entre especialistas da área.
“A lesão é rara exatamente por sua posição anatômica, que possui variações, além de ter alterações no tamanho e também por não estar presente em 100% dos indivíduos”, aponta Flávia Magalhães, médica do esporte que trabalha com futebol há mais de 20 anos.
“A avaliação deve ser minuciosa, respeitando a sua ação na flexão plantar e na propriocepção, que é a capacidade do corpo de avaliar a sua posição e sua orientação no espaço, sem o uso da visão”, ressalta.
Ausente do empate por 1 a 1 com o Las Palmas, na última quinta-feira (29), Bellingham agora perderá as próximas partidas do Real em LALIGA, além de desfalcar a Inglaterra nos jogos contra Finlândia e Irlanda, pela Uefa Nations League.
De acordo com a fisioterapeuta Jéssyca Maria, não há sequer como estimar o tempo de retorno para uma lesão como a sofrida pelo meio-campista.
“Infelizmente, a literatura não nos traz informações precisas sobre o processo de tratamento e o tempo de retorno do atleta em lesões como essa. A recuperação vai se dar principalmente de acordo com os sintomas clínicos do atleta”, observa.
“Nesse início ele será afastado da sua atividade e iniciará o processo de reabilitação da fase aguda, que vai agir principalmente no processo doloroso e inflamatório. Na sequência, inicia-se a fase de recuperação da função, com introdução de exercícios mais leves, melhora do equilíbrio muscular e amplitude de movimento da articulação para um posterior o retorno ao campo”, segue.
“Já a média de retorno vai depender da gravidade da lesão. Lesões simples em músculos como o plantar podem variar de quatro a seis semanas. Mas se houver uma lesão mais grave desse músculo, como um rompimento, o tempo pode aumentar”, finaliza.
Titular dos dois primeiros jogos do Real na temporada, contra Atalanta e Mallorca, Bellingham agora se junta a Camavinga e Alaba no departamento médico do clube blanco.
Na última temporada, Jude marcou 23 gols, deu 13 assistências e conquistou três títulos (Supercopa da Espanha, Campeonato Espanhol e Liga dos Campeões). O jogador é um dos pilares do time de Carlo Ancelotti, além de ser considerado um dos favoritos à conquista da Bola de Ouro na temporada.