Presidente do Corinthians, Augusto Melo ironizou o pedido de impeachment encaminhado para o Conselho de Ética nos últimos dias, após a vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo, neste domingo (1°), pelo Brasileirão.

O mandatário, que agora tem cinco dias para confirmar o recebimento da intimação e o dobro do prazo para apresentar a sua defesa, afirmou não estar preocupado com esta situação, mas sim com outra: a posição do Corinthians na tabela do Campeonato Brasileiro.

“Não estou preocupado com isso. Enquanto eles contam assinaturas, eu conto pontos para a gente sair dessa situação, a gente está preocupado em tirar o Corinthians dessa situação. Acho que isso que eles deveriam fazer também, deveriam, como bons corintianos que são, deveriam todos juntos tirar o Corinthians dessa situação”, declarou.

“Eu estou preocupado em tirar o Corinthians dessa situação, estou preocupado com a parte financeira, que a gente vem reestruturando cada vez mais. Acho que isso não vai dar em nada”, complementou.

Como mostrou a ESPN, o documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP“, contém 86 assinaturas, ultrapassando o número mínimo (50) para que a solicitação seja apreciada pelo presidente do Conselho Deliberativo.

Desta forma, a pressão para cima de Melo cresceu. No último dia 12 de agosto, o mandatário teve caso levado à Comissão de Ética para processo de apuração, também sob risco de sugestão de impeachment.

O que está no requerimento de impeachment?

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento de impeachment de Augusto Melo no Corinthians se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

  • Entrevista de Rubens Gomes, o Rubão, à TV Gazeta, quando o ex-diretor de futebol apontou o início da desconfiança sobre o contrato do clube com a casa de apostas VaideBet;

  • “Laranja” na intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet;

  • Depoimento de Alex Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação do contrato;

  • Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral;

  • Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores;

  • Agressão de Augusto Melo a um torcedor do Cruzeiro, em Belo Horizonte, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

No despacho, Romeu Tuma Jr. verificou que todos os temas apontados no requerimento, com exceção da agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, estão de acordo com o Relatório da Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo, que também foi enviado à Comissão de Ética.

O Estatuto corintiano prevê, na hipótese de destituição de um presidente, que a função seja assumida pelo primeiro vice, lugar ocupado por Osmar Stabile atualmente, de maneira temporária, e que em até 30 dias aconteça uma votação dentro do Conselho Deliberativo para eleição de um novo presidente.

Augusto Melo iniciou seu mandato como presidente do Corinthians no início deste ano.

Caso não seja destituído, o mandatário seguirá no cargo até o fim de 2026.

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