Dono da SAF do Botafogo, John Textor comentou sobre as discussões a respeito do fair play financeiro no futebol brasileiro, iniciadas por alguns clubes após as recentes contratações do Alvinegro.

Ao ser questionado sobre o assunto durante as apresentações de Adryelson e Vitinho, nesta quarta-feira (4), o empresário começou criticando o fair play que é adotado na Europa. Para ele, tal regra privilegia apenas os mais ricos.

”Vamos começar com a definição de fair play financeiro, parece ser algo óbvio, todos querem fair play. Não é o que a expressão significa na Europa, se você for ao meu site verá que falo sobre isso. O termo fair play financeiro é uma fraude, porque não é justo o suficiente. Fala que os times só podem gastar 75% das receitas com salários de jogadores”, começou por afirmar.

”É uma regra na Europa que foi feita para permitir que os grandes times, com suas grandes marcas, como Liverpool, Manchester United, de gastar mais dinheiro. Isso não é justo! O Crystal Palace tem que jogar contra o Manchester United, que é permitido gastar mais com jogadores, não há paridade financeira”, seguiu.

”Eles colocam outras palavras, como sustentabilidade, que há fair play financeiro porque se importam com seu clube. Na Premier League, você tem pequenos clubes adquiridos por megabilionários, com muito dinheiro, mas eles não podem gastar. Só os grandes clubes, com os maiores orçamentos globais, podem gastar. Não é sobre sustentabilidade financeira para a saúde do clube, mas sim uma prática injusta, uma regra feita para permitir uma hegemonia, dos grandes clubes sempre serem dominantes”, completou.

Textor garantiu ainda que o Botafogo está dentro das regras e ressaltou que o contrato que assinou para se tornar acionista majoritário exige que ele faça tais investimentos.

”Quero lembrar a todos que eu vim para cá por causa do conhecimento dos legisladores, que criaram a Lei da SAF. A Lei da SAF convidou os investidores estrangeiros, o dinheiro viria de fora para dentro do Brasil. Isso é bom não só para o futebol, mas como para a economia brasileira. Eu assinei um contrato que exigia eu investir no clube, não apenas operar, mas investir fortemente no clube, nas estruturas, nos jogadores… A Lei da SAF exigiu que eu investisse, e eu estou investindo”, destacou.

O norte-americano explicou que os investimentos foram necessários visto a situação financeira que o Botafogo estava antes de 2022.

”Quando eu assino o contrato da SAF, esse contrato exige que eu faça esses tipos de investimentos no Botafogo. O Botafogo só tinha três jogadores que tinham jogado a primeira divisão anteriormente. Com isso, eu fiz os investimentos que foram exigidos, tanto na estrutura quanto na equipe. Eu estou investindo. Quando dizem que nós temos estamos investindo mais que Palmeiras e Flamengo, lógico que nós estamos investindo mais porque isso foi preciso”, declarou.

”O Palmeiras e o Flamengo já tinham uma equipe muito mais madura, uma categoria de base muito melhor desenvolvida, com jogadores, por exemplo, como Endrick já atuando na primeira equipe. Eu tive quatro semanas para formar um time de 27 jogadores para disputar a primeira divisão e evitar o rebaixamento. É óbvio que o investimento do Botafogo é mais alto”, completou.

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John Textor manda recado para clubes que estão questionando fair play financeiro no Botafogo: ‘Não fiquem tão surpresos que voltamos a estar entre vocês’

Dono do Botafogo falou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (4)

Por fim, Textor aproveitou para mandar um recado aos clubes que participaram de um encontro realizado na CBF, na última segunda-feira (3), para debater as regras do fair play financeiro no país. O dono da SAF do Botafogo se mostrou surpreso com a presença de Pedrinho, presidente do Vasco, na reunião.

”Estou construindo uma relação com Pedrinho, presidente do Vasco. O Vasco tentou executar a SAF, seu contrato exigia os investidores a investirem até mais do que eu sou obrigado. Achei muito peculiar que o Pedrinho estivesse nesse encontro falando sobre fair play financeiro, só porque sua SAF não funcionou tão bem. Ele tentou fazer a mesma coisa, não funcionou e agora ele está em uma reunião onde não fui convidado reclamando sobre como investimos? Se a 777 ainda estivesse aqui, o Vasco estaria fazendo a mesma coisa agora”, disse.

”Estamos atuando em conformidade com o fair play financeiro, gastando 45% do nosso orçamento em salários. Estamos investindo nosso capital em ativos, estruturas e contratações de jogadores. Apesar das pessoas estarem ofendidas que o Botafogo repentinamente se tornou forte de novo, somos o clube mais tradicional do Brasil, somos o Glorioso, não fiquem tão surpresos que o Botafogo esteja novamente perto de vocês como times top do país. Botafogo, Santos… Somos o Glorioso. Não vamos sair daqui!, finalizou.

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