Em entrevista exclusiva à ESPN, o comissário da NFL, Roger Goodell, falou sobre os planos da liga para jogos em outros países no futuro, em especial num retorno ao Brasil.
O dirigente se disse “impressionado” com a “paixão” demonstrada pelos fãs de futebol americano antes do jogo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, que acontecerá em São Paulo nesta sexta-feira (6), com transmissão ao vivo do Disney+ a partir 21h15 (de Brasília).
Justamente por isso, Goodell assegurou que a NFL pensa em uma relação “a longo prazo” com o Brasil, até porque já há outra importante cidade querendo realizar partida in loco: o Rio de Janeiro.
“Nós (da NFL) passamos muito tempo pensando em diferentes alternativas, na maneira de construir um mercado, de construir uma base de fãs e de trazer esse acesso aos nossos fãs. Vimos essa paixão aqui (no Brasil), estamos convencidos disso. Então estamos aqui e queremos estar aqui a longo prazo”, apontou.
“Agora, há muitas cidades no Brasil que querem ter isso [jogo da NFL] também. Sei que o Rio está aí batendo na porta, é uma boa oportunidade. Poderia ser…”, seguiu.
“Você vê que fizemos isso [voltar ao país] na Alemanha, por exemplo. Estivemos em Munique e Frankfurt e voltamos a Munique e olhamos para Berlim. Portanto, vejo isso como continuar a encontrar maneiras de aproximar o jogo dos fãs”, complementou.
O comissário também fez elogios aos fãs paulistanos da NFL, pontuando que vê como necessária a realização de jogos em “cidades globais”, nas quais sejam possível encontrar aficionados por todas as modalidades esportivas.
“Vejo que há uma verdadeira paixão nesta comunidade pelos esportes. E, como eu disse, é isso que procuramos. São esses tipos de grandes cidades, em todo o mundo, cidades globais que têm paixão pelos esportes. E que quando apresentarmos nosso jogo, possamos levá-lo a outro nível”, ressaltou.
Veja outros pontos da entrevista com Roger Goodell:
Como foi o processo de escolha do Brasil para sediar o jogo?
Obviamente, pensamos em muitas coisas diferentes, como você pode perceber pelo Pro Bowl e tudo mais. Mas nós… Acho que é uma forma de compartilhar nosso jogo. É nisso que nos concentramos. Você sabe, se pudermos levar nosso jogo para mais fãs, eles o abraçarão. E é… Você sabe, a mídia é um parceiro importante. Você é um ótimo parceiro aqui. Mas quando você traz um jogo, tudo ganha vida. E é aí que os fãs realmente começam… Sua reação se multiplica. E torna a mídia melhor. Isso torna todo o processo de desenvolvimento de uma base de fãs muito mais rápido.
O que mais gostou do Brasil até agora?
Eu já estava apaixonado (pelo Brasil) antes mesmo de chegar aqui. E porque vi o entusiasmo e a paixão dos fãs e das pessoas aqui. Tivemos Russell Wilson aqui há alguns anos.. Ele me ligou imediatamente e disse: ‘Você tem que ir ao Brasil, as pessoas são muito apaixonadas por futebol’. E Tom Brady disse a mesma coisa. Então, vejo que há uma verdadeira paixão nesta comunidade pelos esportes. E, como eu disse, é isso que procuramos. São esses tipos de grandes cidades, em todo o mundo, cidades globais que têm paixão pelos esportes. E que quando apresentarmos nosso jogo, possamos levá-lo a outro nível.
Ficou surpreso com a grande quantidade de fãs da NFL que existem no Brasil?
Não, porque, você sabe, isso é verdade quando jogamos em Londres. É verdade quando jogamos no México. É verdade quando jogamos na Alemanha. Você sabe, há espaço para mais de um esporte. E todos nós entendemos o domínio do futebol ou do futebol americano em uma base global. Mas, novamente, acho que os fãs – damos a eles uma alternativa. Damos a eles outra coisa que não prejudica o futebol. É baseado naquela base de fãs que é tão apaixonada, principalmente os fãs mais jovens, que é uma das coisas que, você sabe, você verá em um jogo da NFL, e você já viu. É mais do que apenas um jogo. São todas as coisas que acontecem em torno do jogo e da apresentação.
O que achou dos ingressos terem se esgotado tão rapidamente?
Os ingressos aqui foram vendidos em duas horas! Fiquei surpreso, te digo isso! Duas horas e vendemos todos os ingressos, cerca de 45 mil em duas horas… Isso é incrível!
Teremos que ter um estádio ainda maior para os próximos jogos no Brasil?
Bem, colocamos alguns assentos temporários em algum lugar (da Neo Química Arena), eu não os vi ainda. E eu acho que o estádio é uma grande parte dessa experiência, certo? Você quer ter o estádio certo. Nós olhamos para isso como nosso palco. Um campo é importante e este campo parece espetacular. Então você quer ter certeza de que todos esses elementos estão aqui como parte do lado operacional disso. Mas é realmente mais do que isso. É realmente dar aos fãs a oportunidade de ver a forma como representamos o nosso futebol. E acho que os fãs querem ver mais disso.
Como convencer as pessoas que não gostam do futebol americano a darem uma chance?
Bem, (o futebol americano) é o esporte favorito dos Estados Unidos, é o nº 1. Você sabe, acho que 93 dos nossos 100 melhores programas no ano passado foram de futebol americano da NFL. Então os norte-americanos abraçaram esse esporte. E acho que o que torna um jogo único, e do que tanto nos orgulhamos, é a ação. Se você gosta de estratégia, nós temos estratégia. Se você gosta de grandes atletas, temos muitos grandes atletas. Se você gosta do contato físico e da velocidade, você tem muito disso. Então eu acho que o fato de nossa liga ser tão competitiva, você sabe, todo time tem uma chance de vencer. Temos surpresas todos os anos como equipes e como indivíduos. E acho que esse é o centro do nosso sucesso, é o jogo.