Definitivamente um clube do Grupo City desde maio do ano passado, o Bahia colhe frutos que vão além de uma boa administração, poder financeiro e desempenho esportivo na temporada atual. E um dos focos nesse processo de desenvolvimento está na transformação das categorias de base.
A intenção do ‘City Football Group’ é que a base do Bahia seja uma das melhores do Brasil até 2033 e podendo estender para a América Latina. Para atingir o objetivo nos próximos anos, foi criado um plano de desenvolvimento dos Pivetes de Aço, como carinhosamente são chamados os garotos formados pelo clube.
Os frutos deste trabalho, mesmo tão no início, já estão começando a aparecer. O Bahia teve, em 2024, pela primeira vez em sua história, seis jogadores convocados para as seleções de base na mesma temporada. Três atletas foram para seleção Sub-16 (Jampa, Dell e Ruan Pablo).
Tal feito já é histórico por si só, já que é a primeira vez, também, que três jogadores da mesma geração da base do Bahia são convocados de uma vez só. E os ‘chamados’ se estenderam para outras categorias. Roger esteve com a sub-17, enquanto Keven fez parte da sub-15. Anthony também já esteve com a sub-16.
Líder do projeto formou Pedro, Gerson, Luiz Henrique e companhia
E um nome com bastante experiência na base é quem comanda todo esse processo de transformação: Marcelo Teixeira, diretor executivo da base tricolor, que faz um trabalho integrado e responde diretamente a Cadu Santoro, diretor executivo do Bahia. Ele foi contratado em dezembro de 2022, após passagem pelo Athletico-PR.
Entre 2011 e 2019, Marcelo Teixeira foi o responsável pela revolução da base do Fluminense, em Xerém. Ele participou do processo de formação de nomes que atualmente estavam na seleção brasileira, como Pedro, Ayrton Lucas e Gerson (os três atualmente no Flamengo), Luiz Henrique (Botafogo), André (Wolverhampton) e João Pedro (Brighton).
A lista se estende a outros nomes de grandes clubes do Brasil e do exterior, como Ibanez (Al Ahli), Matheus Martins (Botafogo), Kayky (Sparta Rotterdam), Paulinho (Vasco), Evanilson (Porto), Fabinho (Al Ittihad), e Wendel (Zenit). Todos esses foram revelados pelo Fluminense e passaram pelo projeto de Marcelo Teixeira que, antes do Bahia, por mais de três temporadas, trabalhou como scout do Manchester United na América do Sul.
Para realizar este processo de transformação, o Bahia vem focando em três fatores: investindo em captação de atletas, no desenvolvimento humano e em um projeto de metodologia próprio, em parceria com os outros clubes do Grupo City.
Metodologia do Projeto Pivetes de Aço
No projeto da base do Bahia, o jogador é sempre o centro do processo de formação. As equipes da base são utilizadas apenas como uma plataforma para desenvolver estes jogadores. Todo o planejamento é voltado apenas para que esse processo aconteça da melhor forma possível o jogador dentro e fora de campo.
Os Pivetes de Aço, além da grandeza do Bahia, também vão se beneficiar do investimento e suporte de uma organização gigantesca como o City Football Group, que mira o foco no desenvolvimento de talentos e compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social.
O projeto vai além do que é desenvolvido no Bahia, já que envolve todos os outros 14 clubes do grupo. Reuniões entre os gestores da base de todos os clubes acontecem semanalmente para troca de informações e debates de ideias para desenvolver melhor os jogadores. O Bahia está desenvolvendo uma metodologia de formação única e alinhada com os padrões do City Football Group. Com um propósito claro de formar vencedores tanto no futebol quanto na vida, o clube adota valores que promovem um desenvolvimento integral dos atletas.
A metodologia é adaptada a cada faixa etária e coloca os jogadores no centro do processo, garantindo um ambiente de desenvolvimento individualizado. Além disso, a formação dos treinadores assegura que os métodos e práticas estejam sempre atualizados e alinhados com os objetivos de crescimento dos jovens jogadores.
Quem comanda este processo de implementação da metodologia é o Gerente Técnico-Metodológico Guilherme Torres. O profissional foi contratado pelo Bahia neste ano. Antes, na base do Fluminense, foi o responsável pro criar a metodologia conhecida como DNA Tricolor, que formou os grandes jogadores revelados pelo Fluminense nos últimos anos.
“O City Football Group é uma multinacional do futebol com muita experiência em implementar processos e ideias. Tem sido muito proveitoso o suporte e as trocas que vem sendo realizadas. Existe uma filosofia de futebol do CFG que orienta nosso processo de formação, centrada no jogador e em uma forma característica de jogar. Os clubes do grupo devem contextualizar essa filosofia com as características locais dos jogadores e do nível competitivo em que estão inseridos. No momento estamos na etapa de contextualizar os processos, as tecnologias e a filosofia de formação que pretendemos implementar ao longo dos próximos”.
Sobre o projeto de longo prazo que já colhe frutos, Guilherme Torres destaca o foco humanizado como uma forma sedutora de captar mais jovens jogadores.
“Estamos no início de um projeto de transformação aqui no Bahia. Um trabalho de longo prazo, mas que já começa a render os primeiros frutos, com jogadores tendo bons desempenhos e sendo convocados para a seleção. A proximidade com o CFG, com toda sua expertise, o foco no desenvolvimento individual e uma gestão humanizada, são fatores que fazem hoje do Bahia uma academia de formação única e sedutora para jovens jogadores”, disse Guilherme, reforçando a projeção de o Bahia estar no topo das bases do país até 2033.
“Essa projeção para os próximos anos tem sido construída baseada no potencial e desempenho dos jogadores que fazem parte de nossa academia de formação, e da visão estratégica do clube”.
Olho nele: Ruan Pablo
Na visão de Guilherme Torres, a joia que atualmente desperta olhar com carinho dentro do clube atende pelo nome de Ruan Pablo. Aos 16 anos, o garoto, que atua como atacante, já é fruto dessa nova metodologia de trabalho.
Jogadores promissores como Pablo, além de todo o cronograma da base que vão além das quatro linhas, participam de um programa individualizado e do processo de transição entre base e profissional para que a subida ao grupo principal seja a mais acolhedora possível, facilitando uma rápaida adaptação quando essa chance definitiva acontecer.
“Tratamos todos os Pivetes de Aço de maneira humanizada e com muito carinho, buscando sempre seu desenvolvimento integral. Temos alguns jogadores com grande potencial e que estão sendo desenvolvidos para os próximos anos do Bahia, a partir de um programa de desenvolvimento individualizado. Mas sabemos que formar jogadores de qualidade é um processo de médio e longo prazo”.
“Atualmente temos alguns jogadores com potencial que estão em processo de transição entre as categorias de base e a equipe profissional. Pela idade de apenas 16 anos, o Ruan Pablo merece uma atenção especial nessa adaptação a todas as transformações que tem ocorrido em sua vida pessoal e profissional”, finalizou.
O investimento em profissionais também é uma marca deste projeto da base do Bahia. O clube conseguiu atrair, através de seu projeto, profissionais de diversas áreas do processo de formação de grandes escolas de base do Brasil como Fluminense, Palmeiras, Athletico-PR, Corinthians, Grêmio e Flamengo.
Educação como prioridade tem suporte psicológico, pedagógico e até aulas de inglês
Faz parte deste plano de desenvolvimento do individuo focar na parte cultural e social dos jogadores. O Bahia quer dar acesso aos jogadores a uma abordagem integrada que valoriza a educação como parte essencial do desenvolvimento dos atletas. Com um acompanhamento completo do Departamento de Desenvolvimento Humano, os jovens jogadores recebem suporte psicológico, pedagógico e escolar, além de cursos de inglês e reforço acadêmico.
As atividades culturais e o acompanhamento individualizado garantem um ambiente propício para o crescimento integral dos atletas, formando indivíduos culturalmente enriquecidos, socialmente conscientes e, consequentemente, melhores jogadores.
A educação na base do Bahia é tratada como prioridade para desenvolver os atletas como pessoas e jogadores. No Bahia a escola não é mais tratada como o Plano B do jogador. Os atletas entendem que a educação será fundamental na vida deles como jogadores. Por isso, o clube possui hoje 25 profissionais dedicados apenas ao Desenvolvimento Humano dos Pivetes de Aço.