O Atlético-MG segue em busca do bicampeonato da CONMEBOL Libertadores. Nesta quarta-feira (18), às 19h (de Brasília), o Galo entra em campo pelas quartas de final do torneio contra o Fluminense no Maracanã pela partida de ida.

Em 2013, na primeira e única conquista, um grande astro do futebol mundial foi protagonista. Ronaldinho Gaúcho havia chegado no meio do ano anterior, sendo importante desde os primeiros jogos, para a ‘surpresa de todos’, já que vinha de momento ruim no Flamengo.

Em entrevista ao ESPN.com.br, Leonardo Silva, um dos capitães daquele time, contou mais detalhes sobre como o camisa 10 se encaixou rapidamente no time do Galo.

“O nosso início de temporada foi muito bom, nós fomos campeões mineiros de forma invicta, estava em um processo de entrosamento da equipe muito fino. Então, estava em uma expectativa de começar o Brasileiro com uma disputa de título. E assim foi feito, conseguimos manter um primeiro turno em condição de disputa de título”, relembrou.

“Com a chegada do Ronaldinho, isso só deu mais expectativa, mais brilho. O Cuca queria um meia que pudesse encaixar ali, pudesse explorar a velocidade do Bernard, pudesse ajudar o Jô a ser o artilheiro. O Ronaldinho era o 10 que se encaixava nisso. Ele chegou muito empolgado, nosso elenco o abraçou de uma forma que ele pudesse entregar tudo aquilo que entregou. E com isso a equipe se encaixou com as peças que tinham”, completou.

Leonardo Silva era um dos jogadores mais próximos de Ronaldinho. Aliás, era muito mais do que isso. Um “escudeiro”, como o presidente Alexandre Kalil classificava. “Ser escudeiro do Ronaldinho era muito mais abraçá-lo, protegê-lo para que ele pudesse entregar aquilo que ele nos entregou, nada muito específico que pudesse expor ou prejudicar o nosso desempenho”.

Apesar de o ex-zagueiro dizer que esse ‘trabalho’ não era nada demais, Leonardo foi um dos nomes que ‘ajudou a manter’ Ronaldinho no Atlético em um momento em que Alexandre Kalil quase mandou o craque embora, antes da Libertadores, em 2012.

“Nós jogamos contra o Coritiba e iríamos jogar no final de semana contra o Vasco, que também era disputa de liderança. Após o jogo, nós vencemos em casa, na sexta, nós iríamos concentrar. O Jô e o Ronaldo chegaram atrasados, eles conversaram e houve um processo de afastamento”, contou o ex-zagueiro.

Leonardo estava fora dos treinamentos no gramado naquele dia por conta de um corte no supercílio. Mesmo assim, logo que soube da notícia, falou com outros líderes do grupo para buscar uma conversa com Alexandre Kalil. Antes, conversou com o próprio Ronaldinho.

“Ele estava na concentração recolhendo as coisas dele, eu fui falar com ele. Perguntei o que estava acontecendo, ele falou: ‘presidente não quer que eu continue, então, estou indo embora’. Perguntei se ele queria ficar conosco, ele respondeu: ‘o que eu mais quero é ficar e conquistar títulos com vocês’. Eu falei que ia conversar com o grupo e com o presidente para ele voltar atrás na decisão”, afirmou.

Antes de conseguir a permanência do meia, porém, o grupo ouviu apenas uma exigência. “A gente falou, eu, Júnior César, Pierre, Réver e outros atletas, que a gente gostaria que o Ronaldo ficasse. Presidente veio e falou: ‘então tá, o Ronaldo só fica se pedir desculpas’. Nós ligamos para ele, pedimos para voltar, o presidente convocou reunião no auditório, e o Ronaldo pediu desculpas. E no jogo contra o Vasco, o Ronaldo foi o melhor em campo, conseguimos uma sequência muito boa com ajuda dele”.

Ronaldinho ficou no Galo de 2012 a 2014, com 85 jogos disputados e 27 gols marcados. Além da Libertadores, conquistou uma CONMEBOL Recopa e o Campeonato Mineiro.

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