Em quatro jogos até aqui na Ligue 1, Luís Henrique já marcou três gols e deu duas assistências. O atacante brasileiro, ex-Botafogo, é um dos destaques do Olympique de Marselha, vice-líder da competição, que enfrenta o Lyon neste domingo (22).

“Por ser um clássico, já é difícil, ainda mais na casa deles. Treinamos bem nesta semana, analisamos bem a postura deles para tentar sair de lá com a vitória”, garantiu Luís Henrique, em entrevista ao podcast Futebol no Mundo.

Sobre o ótimo momento, o atacante cita o novo comandante, Roberto De Zerbi. “O que mudou totalmente foi a confiança dada pelo treinador. Ele chegar para mim e dizer que vai me colocar para jogar, dá total confiança. Isso foi muito importante para mim, me deixou tranquilo para jogar e o resultado é esse dentro de campo. Estou me divertindo cada vez mais”.

O técnico surgiu internacionalmente com o trabalho à frente do Sassuolo entre 2018 e 2021, quando levou o pequeno clube ao oitavo lugar da Série A em duas temporadas. De lá, o italiano foi para o Shakhtar Donetsk, mas ficou pouco tempo por causa da guerra na Ucrânia e, em seguida, ele sucedeu Graham Potter no Brighton e classificou a equipe para a Europa League.

De Zerbi chegou com enorme expectativa na França para a atual temporada. Com isso, o Olympique foi ao mercado e contratou reforços como Pierre-Emile Hojbjerg, Mason Greenwood e Neal Maupay. Nesta semana, o clube anunciou ainda a chegada de Adrien Rabiot.

“A gente já escutava falarem muito sobre ele, mas só percebe mesmo isso quando começa a treinar com ele, sua ideia de jogo. A gente trabalha muito a tática, todos os dias são focados nisso. Ele quer que a gente chegue, como ele diz, em uma perfeição de jogo”.

“Também vimos muitos vídeos, quando ele nos mostra como quer que a gente jogue e suas ideias. Está sempre disposto a ajudar com seu staff, pronto para conversar e nos passar informação. Acho que o diferencial dele é esse”, conta Luis Henrique.

O brasileiro cita também momentos no qual De Zerbi, ex-jogador de Napoli, Brescia, entre outros, faz questão de mostrar na prática o que pede ao elenco. “Se for preciso mostrar 100 vezes no treinamento o que quer, ele mostra. Às vezes ele mesmo participa do treino, tira o jogador e mostra como quer que faça”.

O principal objetivo do Marseille é voltar à Champions League. Para isso, o clube precisaria terminar entre os três primeiros colocados da Ligue 1 para garantir vaga direta na fase de liga da competição.

É possível brigar pelo título com o Paris Saint-Germain? “Com certeza. Não só eles, há outras equipes boas no campeonato, mas é totalmente possível isso. Sei que é cedo para falar, mas vamos brigar lá em cima”, afirma Luis.

Apesar da pouca idade, apenas 22 anos, Luis já acumula experiência no futebol. Negociado pelo Botafogo em 2020 após apenas alguns jogos como profissional, o garoto de João Pessoa, capital da Paraíba, mas que cresceu em Solânea, no interior do estado, precisou voltar ao Brasil para conseguir jogar com regularidade.

O atacante foi emprestado pelo OM de volta ao Fogão, movimento que, muitas vezes, pode gerar um sentimento de frustração no jogador. Não foi o caso de Luis.

“Foi uma decisão minha voltar para o Brasil. Eu tinha algumas opções na Europa, mas queria jogar mais, conhecer mais. Quando eu estive no Botafogo, pela primeira vez, não disputei 20 jogos e fui vendido. Queria ter a experiência de jogar em grandes estádios, contra grandes equipes e disputar os clássicos no Brasil. Foi muito válido para mim”, explica o jogador.

No final das contas, o retorno ao Botafogo foi superprodutivo. De volta à França, Luis Henrique foi ganhando espaço aos poucos. Na atual temporada com De Zerbi, se tornou imprescindível, e, no final de agosto, o brasileiro renovou com o Olympique de Marseille até 2028.

“Agora estou feliz, vivendo o sonho de quando saí com 18 anos. Às vezes a gente tem muita cobrança, mas esse tempo foi muito importante para mim”.