Fábio Mota, presidente do Vitória, detonou o Corinthians durante coletiva para anúncio de um novo patrocinador do clube, nesta sexta-feira (18).

O mandatário do clube baiano fez duras críticas a respeito da falta de fair play financeiro no futebol brasileiro, cobrou até mesmo a prisão de dirigentes e acusou o rival paulista de “não pagar os salários do mês”.

“[Clubes com] investimento muito maior, que continuam contratando sem pagar ninguém. Não tem fair play. O Corinthians contratou jogador para pagar R$ 3 milhões por mês, brigando com a gente cabeça a cabeça. Enquanto isso não consegue pagar o salário do mês”, iniciou.

“E deve mais de R$ 2,5 bilhões. Essa loucura tem que acabar. Tem que ser responsabilizado. Tudo no Brasil tem lei. No futebol não é assim. Uma das razões para ter poucos investidores é isso”. O Corinthians tem sido alvo de críticas de dirigentes rivais.

No domingo (13), Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, reclamou principalmente dos atrasos do Timão nos pagamentos pelo volante Raniele, contratado pelo clube paulista do Dourado no início da temporada por 2,5 milhões de euros (R$ 15,35 milhões, na cotação atual), divididos em quatro parcelas.

O dirigente do clube do Mato Grosso chamou a situação de “ridícula” e citou a chegada de Memphis Depay, contratado pelo Corinthians com salário altíssimo, para ironizar os “calotes”.

Ainda durante o desabafo, Fábio Mota voltou a pedir o fair play financeiro e citou as recentes transformações de clubes como Botafogo, Cruzeiro e Vasco como SAFs.

“O Brasil não tem fair play, limite de gastos entre clubes. Não sei se alguém viu dirigente de clube preso. Muitos deveriam estar presos. Acabaram com clubes. Isso aqui é uma terra sem lei. Muita gente com conta rejeitada. O cara assume clube de futebol, pipoca orçamento e larga a bomba lá”.

“Não existe fair play no Brasil. Não existe limite de gastos. E se você faz uma SAF e encontra qualquer um. Um exemplo é o Vasco, que fez uma SAF e entregou para qualquer um. O Vasco voltou a ser Associação, e as dívidas ficaram. Não pode entregar clube para qualquer um. Tem que ver quem é o investidor”.

“O Vitória é uma instituição saudável, apertada financeiramente, mas que paga os seus funcionários e jogadores adiantado. Todo dia é uma guerra para pagar as contas. Diferente dos outros clubes. A dívida do Vitória deve ser R$ 180 milhões. O Cruzeiro, que devia um bilhão e tanto, o Botafogo, um bilhão e tanto, que fizeram a SAF… ou fazia a SAF ou fechava as portas”, finalizou.