A quinta-feira (24) promoverá um reencontro na Europa League. Em Istambul, na Turquia, José Mourinho, agora à frente do Fenerbahçe, encara o seu ex-clube Manchester United pela 3ª rodada. E apesar de campeão no Old Trafford, o técnico português cultiva uma relação conturbada com os Red Devils.
É possível, inclusive, dividir essa relação em três diferentes atos. O primeiro é de antes mesmo do Special One assumir o comando do clube inglês, em maio de 2016.
Ainda em 2013, quando estava nos seus últimos dias de Real Madrid, o United anunciou a saída do lendário Alex Ferguson. E Mourinho tinha toda a certeza de que seria o escolhido para o cargo. Mas não foi bem assim…
Ferguson, na verdade, indicou o seu compatriota David Moyes, que ainda começava a carreira como treinador e estava no Everton. E Mourinho, que não esperava nem um pouco pela escolha, literalmente “chorou de raiva” e passou algumas das piores noites de sua vida com o ocorrido. A passagem está no livro “Prepare to Lose: the Mourinho Era“, escrito pelo jornalista Diego Torres, do El País.
O sonho do comandante português só foi se concretizar anos mais tarde, logo após a sua segunda passagem pelo Chelsea. E apesar dos títulos da Europa League, Supercopa da Inglaterra e Copa da Liga Inglesa, Mourinho acabou deixando Manchester sem clima em 2018.
E a explicação engloba o “segundo ato”. Segundo o treinador, o clima que encontrou nos bastidores do clube de Manchester não foi o esperado: jogadores que desafiavam a autoridade do técnico, interferência dos dirigentes no dia a dia – sobretudo de Ed Woodward, ex-executivo do clube –, estrutura… foram muitos os problemas relatados por Mou durante que durou dois anos e meio nos Red Devils.
Não à toa – obviamente em tom de ironia – vibrou até mesmo com o vice-campeonato com o United na Premier League da temporada 2017/18, quando terminou 19 pontos atrás do campeão Manchester City. “Melhor trabalho da carreira”, disse à época.
Alguns desses problemas, inclusive, permanecem até os dias atuais, com Erik Ten Hag no comando. E o holandês, que encabeça o último e terceiro ato, também já foi alvo das declarações fortes do português.
Depois de se destacar no comando do Ajax, Ten Hag chegou com a premissa de “revolucionar” o United, que seguia tendo temporadas “sofríveis” dentro de campo. Porém, na prática, o holandês ainda não conseguiu tirar o clube do buraco.
Perto de chegar a duas temporadas e meia no Old Trafford – mesmo período que Mourinho ficou no clube –, Ten Hag conquistou os títulos da Copa da Liga Inglesa e Copa da Inglaterra, mas tanto na Premier League quanto nas competições europeias, o United seguiu um degrau abaixo.
O que, recentemente, fez Mourinho tecer críticas ao holandês. De acordo com o português, se tivesse o mesmo nível de confiança que Ten Hag tem da atual gestão, provavelmente ele teria um destino diferente no Old Trafford.
“Eu sou quem eu sou. Eu sou um homem do futebol. Ed (Woodward) vem de uma origem diferente e o que Ten Hag tem em seu tempo no Manchester United eu não tive. Eu não tive esse nível de apoio. Eu não tive esse nível de confiança”, disse, em entrevista ao The Telegraph.
Passado todo esse “turbilhão”, Mourinho agora tem a chance de reencontrar o ex-clube e até mesmo aprontar contra o mesmo. Neste momento, o Fenerbahçe ainda não perdeu na Liga Europa, enquanto o United ainda busca a sua primeira vitória.
Próximos jogos do Manchester United:
Fenerbahçe (F) – 24/10, 16h (de Brasília) – Europa League
West Ham (F) – 27/10, 11h (de Brasília) – Premier League
Leicester City (C) – 30/10, 16h45 (de Brasília) – Copa da Liga Inglesa