Nesta segunda-feira (28), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou os áudios do VAR da vitória por 4 a 2 do Flamengo sobre o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro.

A partida ficou marcada pela expulsão “meteórica” do meio-campista Nenê, que levou cartão vermelho apenas três minutos depois de ingressar em campo após discutir com o árbitro Bráulio da Silva Machado.

Na conversa, o veterano leva um amarelo por reclamar com o juiz sem ser o capitão da equipe gaúcha – o lateral Alan Ruschel era quem portava a braçadeira no momento.

Como segue falando com Bráulio e ainda solta um palavrão, o meio-campista toma outra advertência e acaba sendo expulso pelo árbitro, que se diz “ofendido” com as palavras.

Veja como foi o diálogo:

  • Nenê: Por que você me deu cartão? [após levar o amarelo]

  • Bráulio: Você está reclamando. Quem tem que falar comigo é o Alan (Ruschel, capitão do Juventude)

  • Nenê: Mas eu fiz uma pergunta, c*** [leva o vermelho]

  • Bráulio: Você fez uma pergunta e disse c***. Eu me senti ofendido. Você me ofendeu, pode ir (embora). Me ofendeu

Na súmula da partida, o juiz já havia apontado essa situação para justificar a expulsão de Nenê.

“Expulsei aos 29 minutos do 2º tempo em decorrência do 2º cartão amarelo, o jogador nº 10, da equipe Esporte Clube Juventude, Sr. Anderson Luís de Carvalho, por persistir em protestar de maneira acintosa contra as decisões da arbitragem proferindo as seguintes palavras: ‘não posso reclamar, c***’. Após a expulsão o mesmo ofereceu resistência para deixar as imediações do campo de jogo, sendo retirado pela auxiliar da equipe visitante sem maiores problemas”, escreveu.

Em contato com a imprensa após o jogo, o experiente meio-campista falou sobre o cartão vermelho e chamou a situação de “inacreditável”.

“Difícil falar de cabeça quente. É uma coisa realmente inacreditável. O primeiro amarelo simplesmente perguntei para ele como é que o VAR muda de escanteio para tiro de meta, já me deu cartão. Aí falei: ‘pô, não posso fazer nem pergunta, caramba?’. Tipo assim. Não falei para ele e nem xinguei. E aí automaticamente me deu o segundo amarelo. Inadmissível. Aconteceu algo parecido com o Hulk há um tempo, quando o árbitro acabou sendo colocado na geladeira. E precisa colocar mesmo. Não é possível. Estragar o espetáculo e o jogo assim, de maneira infantil. Ele me falou que se sentiu ofendido. Jamais ofendi nenhum árbitro, nunca ofendi ele. Desculpa, mas não existe isso aí”, reclamou.

“O VAR não pode interferir por segundo amarelo. A gente começa a pensar um monte de coisa. Foi exatamente isso que eu falei. O áudio do VAR vai sair. Fiquei muito chateado e incrédulo com esse segundo amarelo. A gente tinha entrado no jogo. Tinha acontecido o lance que para mim era pênalti, mas nem teve revisão. O time deles não precisava. Não sei se foi intencional, mas esse tipo de erro não pode acontecer no futebol brasileiro. A arbitragem precisa se profissionalizar. A gente é prejudicado, e eles ficam nessa de ninguém falar nada, ninguém dá satisfação. Acaba prejudicando o trabalho do time. Não é de hoje que a gente vê isso, que a arbitragem quer aparecer mais que o jogador. É a maior autoridade, mas às vezes passa do tempo. E hoje aconteceram várias coisas”, finalizou.

Próximos jogos do Juventude: