Com um espetáculo à parte, Max Verstappen saiu da 17ª posição, ultrapassou todo mundo mesmo embaixo de um dilúvio no circuito de Interlagos, em São Paulo, e venceu com sobras o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 neste domingo (3), o 21º de 24 na temporada 2024. A Alpine surpreendeu e fechou o pódio com Esteban Ocon e Pierry Gasly, que vibraram muito após a linha de chegada.
O holandês de 27 anos, já tricampeão mundial e líder do Mundial de Pilotos, segue, assim, firme rumo ao tetra, uma vez que viu sua situação melhorar ainda mais na classificação, já que seu rival direto, o inglês Lando Norris, da McLaren e que saiu da pole, acabou apenas em sexto.
Baseada na previsão do tempo, a organização adiantou a largada das 14h (de Brasília) para às 12h30 (de Brasília) para diminuir o risco de a corrida acontecer no pior momento da chuva. E no horário previsto, começou oficialmente o Grande Prêmio do Brasil de 2024, mas, de forma incrível, Lance Stroll complicou os planos logo na volta de apresentação. O canadense de 26 anos conseguiu a proeza de em um intervalo curtíssimo de tempo rodar, bater sem sofrer qualquer avaria visível em seu Aston Martin, retornar e, metros à frente, sair da pista de novo. Fim de prova para ele.
O tailandês Alexander Albon, que sairia em sétimo, sequer alinhou porque a Willians não conseguiu consertar a tempo seu carro, que ficou quase que totalmente destruído após batida fortíssima no Q3. O espanhol Carlos Sainz, da Ferrari, marcou o 13º melhor tempo no treino, mas teve de sair dos boxes por punição (mudanças no carro após batida).
Com isto, a largada foi adiada para 12h47. Na nova saída, já com uma chuva significativa em Interlagos, Russel partiu para cima de Norris, tomou a ponta e abriu. Sergio ‘Checo’ Pérez rodou com sua Red Bull apos sair do 12º posto, mas conseguiu voltar e seguir. Lá atrás, Hamilton, 15º, fechou a primeira volta válida em décimo, enquanto Verstappen, que largaria em 17º, mas saiu no fim do grid após punição, já era o 11º.
Na sequência, o holandês da Red Bull e líder do campeonato já ultrapassou o inglês da Mercedes e sete vezes campeão do mundo. Na volta 6, Verstappen já era o oitavo depois de deixar o espanhol Fernando Alonso, da Aston Martin, para trás. Nas 10 e 11, respectivamente, passou o australiano Oscar Piastri, da McLaren, e o neozelandês Liam Lawson, da RB, e assumiu o sexto lugar.
Na volta 15, o alemão Nico Hulkenberg, que saiu em 18º, já era o 11º com sua Haas. Os últimos, como esperado, eram os pilotos da Sauber, de carros horrorosos: o filandês de 35 anos Valtteri Bottas e o chinês, de 25, Zhou Guanyu.
Antes do GP do Brasil de Formula 1, Lewis Hamilton prestou essa homenagem para Senna
Na volta 20 de 69 (eram previstas 71, mas com foram necessárias duas de apresentação, fez-a subtração), Hamilton já tinha sido superado por Sainz e outros e era só o 15º. Pelo rádio, reclamava muito do carro. De fato, um fim de semana do multicampeão para se esquecer em termos de comptitividade, sendo a homenagem emocionante a Ayrton Senna feita no domingo pela manhã, após a classificação, guiando a McLaren MP4/5B com a qual o brasileiro foi tricampeão da categoria, em 1990, seu momento mais importante.
As paradas nos boxes começaram após a volta 25, Norris foi o primeiro, Russel foi na sequência, e com os dois já de volta à pista, na volta 29, o inglês partiu para cima e tomou a quarta posição de seu compatriota. Ocon, da Alpine, liderava, Verstappen e Gasly, este também da Alpine, vinham atrás. Na 27, Hulkenberg rodou e até conseguiu voltar, mas com auxílio dos fiscais, o que não é permitido, logo, foi desclassificado e deu adeus.
Na volta 30, por volta de 13h35 (de Brasília), safety car na pista por conta da chuva torrencial que caía naquele momento na região em que fica o circuito em São Paulo, em uma das pontas da zona Sul.
Na volta 32, fim de prova para o espanhol Franco Colapinto: o piloto da Williams de 21 anos bateu na Curva do Café. Na mesma volta, bandeira vermelha. A organização interrompeu a prova por motivo de segurança (chuva e retirada do carro do argentino), e todos os pilotos foram para os boxes, saindo incusive de seus carros.
A previsão para a nova retomada da prova foi anunciada para às 14h02. E cumprida à risca. Todos saíram em fila dos boxes e na luz verde, começaram os ataques, Norris acabou escapando na pista toda encharcada, e Russel aproveitou para retomar o quarto posto, enquanto Ocon, Verstappen e Gasly seguiram, nesta ordem, com as primeiras posições.
O jovem inglês Oliver Bearman, de 19 anos, foi para a grama e um pouco depois bateu em uma proteção de pneus, mas seguiu a partir da última posição. Hamilton era o nono. Na volta 40, Carlos Sainz bateu com sua Ferrari também em uma proteção de pneus e abandonou, sendo necessária a bandeira amarela.
Na retomada, Verstappen partiu para cima de Ocon na volta 42, o ultrapassou e assumiu a liderança. E abriu. Na 47, eram 3,5s de vantagem para o francês da Alpine. Era um show à parte do holandês que saiu do fim do grid. Norris, pole e segundo no Mundial de Pilotos, por outro lado, estava em sexto.
Na volta 55, ótima disputa envolvendo Lawson, Pérez e Hamilton pela nona posição. O mexicano foi com tudo para cima do neozlandês, ficou lado a lado, os carros chegaram a se tocar, mas a ultrapassagem não aconteceu. O heptacampeão, que vinha em 11º, aproveitou, encostou e deu bote no piloto da Red Bull, tomando a décima posição.