A CBF trabalha nos bastidores para convencer Pep Guardiola a assumir a seleção brasileira em caso de saída do Manchester City. É essa, ao menos, a informação trazida pelo jornal The New York Times, em reportagem sobre o futuro do treinador, em seu último ano de contrato com o clube da Premier League.

“Fontes bem posicionadas – que vão permanecer anônimas para proteger relacionamentos” – indicaram que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está fazendo uma grande jogada para contratar Guardiola, ligando para o catalão diversas vezes neste ano”, escreve o periódico.

Segundo apurou a ESPN, contudo, a história não é bem assim. Intermediários da CBF buscaram, de fato, informações sobre Guardiola em dois momentos recentes. Mas o último contato foi feito em 2022, muito antes da escolha de Dorival Júnior. Não houve nada depois disso.

Ednaldo Rodrigues já estava no comando da CBF, e todos esses contatos foram feitos com a ciência e autorização do presidente. O irmão de Guardiola, Pere, foi um dos procurados e declinou o interesse brasileiro, agradecendo, porém, o contato. As conversas não avançaram após essa negativa.

A pessoas próximas, Ednaldo reforça que não tem esse plano de investir na contratação de Guardiola, tampouco pediu para que alguém buscasse novos contatos com ele. O entendimento da CBF é que qualquer publicação sobre o tema é mais especulação sobre o futuro próprios treinadores, do que propriamente uma “vaga aberta” na seleção, já que a confiança em Dorival é ressaltada.

Há, no entanto, um bastidor importante hoje na CBF, com uma disputa interna por poder, com pessoas ligadas ao IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), liderado por Francisco Schertel Mendes (filho do ministro Gilmar Mendes); e ao núcleo de Hugo Figueiredo, que é chefe de gabinete da presidência da confederação.

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Guardiola na seleção brasileira? Não é bem assim…

Intermediários da CBF buscaram, de fato, informações sobre Guardiola em dois momentos recentes. Mas o último contato foi feito em 2022, muito antes da escolha de Dorival Júnior. Não houve nada depois disso.

Pessoas que integram a direção da CBF não descartam, por exemplo, que alguém desse outro grupo tenha feito alguma sinalização a Guardiola. Isso, contudo, teria acontecido por iniciativa própria, sem anuência de Ednaldo – que não põe o catalão em pauta, nem tem interesse na contratação.

Curiosamente, na quinta (7), a CBF recebeu visita de executivos do Grupo City, incluindo o CEO Ferran Soriano – assim como a entidade recebe quaisquer outros grupos de influência no futebol. Guardiola, claro, foi tema da conversa em determinado momento, mas de forma completamente informal.

Além de citar possíveis conversas com a CBF, a reportagem do New York Times também afirma que Guardiola não tomou ainda uma decisão para o futuro após o fim de seu vínculo e cita fontes que creem que, hoje, o cenário mais provável é de que ele opte por seguir por pelo menos mais um ano no City.

As especulações em torno do Brasil ganham força porque Guardiola já declarou que tem o desejo de assumir uma seleção nacional no futuro. A Inglaterra, inclusive, também foi apontada como possibilidade recentemente, mas a opção acabou sendo pela contratação de Thomas Tuchel.

O Brasil, por sua vez, sob comando de Dorival, já está convocado para voltar a campo na próxima semana, em Data Fifa que prevê compromissos contra Venezuela (na quinta-feira, 14, às 18h, fora de casa) e Uruguai (na terça seguinte, 19h, às 21h45, em Salvador).