As críticas de Gabigol à diretoria ao anunciar sua saída do Flamengo minutos após o título da Copa do Brasil escancararam uma relação desgastada do atacante com o clube no qual virou ídolo. Foram episódios acontecidos fora dos holofotes, porém, que ajudam a explicar o afastamento do jogador, comunicado nesta terça-feira (12).

Na véspera do reencontro com o Atlético-MG, agora pelo Campeonato Brasileiro, o clube rubro-negro anunciou que Gabriel não seria relacionado e que os próximos passos do atleta seriam definidos pelo vice-presidente de futebol Marcos Braz e o empresário do atacante, Junior Pedroso.

Partiu da diretoria a decisão de não ter mais Gabigol no elenco. Mas tudo endossado por Filipe Luis e até mesmo pelo elenco. Tudo por conta de uma sucessão de atos de indisciplina desde o domingo, começando no vestiário, ainda no intervalo da decisão.

Ao ser comunicado que seria substituído após o primeiro tempo, Gabi bateu-boca com o agora treinador. Ao ouvir que sairia, o atacante questionou, (“está de sacanagem…”), tirou o uniforme, foi para seu box e sequer ouviu as orientações de Filipe com o restante do grupo. Mesmo contrariado, Gabriel recolocou o uniforme na sequência e seguiu com rumo ao banco de reservas para acompanhar o segundo tempo. Gabigol nega que qualquer reação tenha a ver com desrespeito a Filipe Luis.

Já após o jogo, uma outra postura de Gabriel desagradou. Ele não comemorou o título no pódio com os demais companheiros, preferindo se isolar ao lado do grupo, em ponta oposta à diretoria, durante a cerimônia de premiação e entrega do troféu.

Ainda dentro de campo, mais desgaste naquilo que o Flamengo considerou como nova indisciplina: enquanto os jogadores seguiam festejando no gramado, o camisa 99 se dirigiu para o vestiário e por lá ficou, evitando maiores interações.

Quando Filipe Luís, em sua entrevista coletiva, recebeu o tradicional banho de gelo dos jogadores, Gabriel chegou a ser convidado pelos companheiros a se juntar na brincadeira, mas reagiu com rispidez: “Quero que se f…”

Já na festa oficial do título, organizada pela diretoria do Flamengo na Ilha dos Pescadores, no Rio de Janeiro, Gabigol foi a única ausência. Mais do que isso: promoveu um evento próprio, em sua casa.

Quando o Flamengo formalizou o convite para a festa oficial, inclusive, usou o grupo dos jogadores para promover sua própria celebração, algo que desagradou até mesmo o elenco rubro-negro.

Foi com a decisão do afastamento já tomada, diante do incômodo do elenco e também de Filipe Luís, que a diretoria pediu encontro com Junior Pedroso para tratar dos “próximos passos” de Gabigol, como disse a nota. O encontro ainda não aconteceu.

Gabriel Barbosa, por sua vez, mais uma vez contestou o afastamento, de forma pública, rebatendo o comunicado rubro-negro em suas próprias redes sociais.

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