Titular incontestável do Chelsea, Cole Palmer concedeu uma entrevista reveladora. E contou até mesmo que, a princípio, o seu destino sequer seria o Stamford Bridge, até deixar de vez o Manchester City.

À revista GQ, o atacante de 22 anos revelou alguns dos bastidores da sua transferência para os Blues, na última temporada europeia, e disse que ela foi motivada por conta das poucas chances no time principal do ex-clube.

Entretanto, o seu desejo não era deixar os Citizens em definitivo, mas sim por empréstimo, contrariando até mesmo declaração dada por Pep Guardiola no ano passado, em meio às negociações para deixar o Etihad Stadium, afirmando que Palmer queria ir embora por “duas temporadas”.

“Eu nem ia (para) o Chelsea. Fui persuadido (pelo meu empresário)”, começou por dizer.

“Eu simplesmente sabia que não jogaria tanto quanto queria (no City). Mesmo quando eu ia para as seleções de base da Inglaterra, você tinha jogadores lá que estavam jogando na Premier League toda semana. Você olha ao redor pensando, ‘eu posso jogar na Premier League’… Quando você não está jogando, é irritante”, prosseguiu.

“Não – eu só queria ir por empréstimo… Me lembro de treinar em uma quarta-feira no City à tarde, e a notícia era ‘eles estão tentando concordar com uma taxa (de transferência)’… Toda vez que a bola saía, eu perguntava se já tinham concordado com a taxa.”

Palmer acabou vendido ao Chelsea por 40 milhões de libras (R$ 247 milhões, nas cifras da época), e já na reta final da janela de transferências. Com isso, sequer teve tempo de se despedir dos seus companheiros no City.

“Eu realmente não tive a chance de ver muitas pessoas e dizer que estava indo. Eu só tinha que pegar minhas coisas. Mandei uma mensagem no chat do grupo, disse ‘Obrigado e tudo. Estou indo.’ Foi isso.”

Hoje também titular na Inglaterra, Palmer ainda revelou uma frustração: a pouca minutagem com Gareth Southgate na última Eurocopa.

O atacante, que inclusive fez gol na final contra a Espanha, disse que merecia mais chances no English Team. Mas a sua realidade foi começar no banco de reservas em todos os jogos da seleção.

“Foi frustrante na Inglaterra, para ser honesto… Não quer dizer que os jogadores não sejam bons. Mas saindo da temporada que tive, da forma que estava, tudo o que estava fazendo estava saindo… Então, não joguei nos dois primeiros jogos, mesmo quando o time estava com dificuldades, foi um pouco como ‘Por quê? Você sabe o que quero dizer?’ Se você me colocar (no) terceiro jogo e eu não fizer nada, então não posso realmente dizer nada. Eu só tive que tentar e forçar minha entrada”, disse.

“Lembro-me de (Ollie) Watkins (do Aston Villa) entrando (na final) e pensei: ‘Por que não eu?'”, finalizou Palmer.

Southgate deixou o comando da Inglaterra após a Euro, e Thomas Tuchel, ex-Chelsea, PSG e Bayern de Munique, foi contratado para ocupar o cargo.