Jorge Martín é o campeão mundial da MotoGP em 2024! Neste domingo (17), no GP de Barcelona, que teve transmissão no Disney+, o espanhol terminou em 3º lugar, resultado suficiente para seguir inalcançável na liderança, superar o então bicampeão Francesco Bagnaia e faturar o título inédito.
Líder durante praticamente toda a temporada, o piloto de 26 anos é o quinto espanhol campeão mundial na classe rainha da motovelocidade. Agora, o país ostenta 12 títulos.
(Conteúdo oferecido por Yamaha)
Campeão na Moto3 em 2018, o piloto da Pramac Racing precisou de pouco tempo para se destacar na MotoGP, após fazer a sua estreia em 2021. Depois de bater na trave na última temporada, Martín deu o troco em Pecco para enfim triunfar nas pistas.
O ESPN.com.br agora apresenta quem é, afinal de contas, Jorge Martín Almoguera, nascido em Madri e que após o primeiro título já começa a ser comparado com outras lendas, incluindo Valentino Rossi.
Quem é Jorge Martín?
Nascido no dia 29 de janeiro de 1998 em Madri, Martín fez a sua estreia na MotoGP em 2015, correndo na Moto3, e terminou em 17° na classificação geral. Dois anos depois, substituiu Enea Bastianini, um dos candidatos ao título da categoria em 2017. Em 2018, foi campeão pela primeira vez.
A conquista inédita na Moto3 naquele ano também deixou marcas até mesmo na vida pessoal do espanhol. Isso porque ele tem um cachorro chamado Kuala, em homenagem a Kuala Lumpur, na Malásia, onde foi campeão em 2018. E o pet faz várias aparições nas redes sociais do piloto.
Martín também é um piloto que tem muito orgulho de suas origens. E por isso a cada vitória corre nas pistas para comemorar com uma bandeira da Espanha com um touro estampado. Ela é um símbolo dos pilotos nascidos em Madri, e a tradição é de família, já que seus pais levavam a mesma bandeira aos circuitos que acompanhavam presencialmente.
Fora das pistas, o piloto também tem algumas curiosidades. Morador de Andorra, país na Europa que fica próximo à Espanha, Martín adora praticar snowboard durante o inverno. Durante a pandemia de COVID-19, Martín também aproveitou o calendário sem corridas para estudar nutrição.
Antes de se dedicar à motovelocidade, o espanhol tinha dois sonhos: as artes marciais e o tênis. Este segundo motivado por Rafael Nadal. Porém, nenhum dos dois se concretizou e enfim Martín migrou para a motovelocidade.
Martín x Bagnaia era ‘previsto’
Depois de uma disputa insana na temporada passada, que também só terminou no último GP da temporada, Martín e Bagnaia davam indícios de que a rivalidade seguiria acirrada em 2024. E foi exatamente o que aconteceu.
Novamente por uma diferença pequena, apenas dez pontos, foi a vez do espanhol triunfar no último circuito do ano. A ESPN alertou no início da temporada que essa seria a grande disputa.
Com apenas sete corridas, a 76ª temporada da história da MotoGP mostrava que a diferença entre o espanhol e o italiano era de 39 pontos – após o GP de Mugello, na Itália, em junho.
E Martín apenas administrou a sua vantagem, contando ainda com um acidente sofrido pelo rival da Ducati, em Sepang, na Malásia, para poder confirmar o título inédito.
‘Novo Rossi?’
A conquista da MotoGP eleva, sem dúvidas, o patamar de Jorge Martín na classe rainha da motovelocidade. Mesmo ainda distante dos 7 títulos conquistados por Valentino Rossi, o espanhol conseguiu um feito que foi atingido pela última vez pelo próprio italiano.
Isso porque há 23 anos um piloto não era campeão mundial defendendo uma equipe satélite, feito conseguido pela última vez com o heptacampeão em 2001 (pela Nastro Azzurro).
Martín entra em um grupo seleto de pilotos, que ainda tem Kenny Roberts (Yamaha Motor Company – 1978), Marco Lucchinelli (Nava Gallina – 1981), Franco Uncini (Nava Gallina – 1982) e Eddie Lawson (Rothmans – 1989).
E o feito também é mais um triunfo para a Pramac, que no ano passado ganhou o título de equipes, com Martín e Johann Zarco, algo inédito para uma equipe satélite em toda a história da MotoGP.
‘Estamos contra o mundo’
Dias antes de confirmar o título, Martín promoveu um debate: as diferenças entre ser um piloto de uma equipe de fábrica, como a Ducati de Bagnaia, e as equipes satélite.
E foi por isso que o espanhol afirmou “estar contra o mundo” junto da Pramac em meio a uma temporada triunfal.
“Tenho uma equipe de 12 pessoas que lutam sozinhas contra o mundo e, com isso, para conseguir o que conseguimos, não posso pedir mais”, disse.
“(O sucesso) não é por minha causa, é por causa do meu pessoal, do meu ambiente, da minha equipe, de todas as pessoas ao meu redor, eu só quero conseguir isso para eles, para que possam desfrutar, é isso que me enche (de alegria) e me empolga”.
Em uma era de corridas cada vez mais competitivas na MotoGP, Martín é um exemplo de que muitas vezes ter a melhor moto ou melhor estrutura traz vantagem, mas que isso não é tudo. O trabalho em equipe muitas vezes fala por si só e traz os melhores resultados.
Fim da ‘era’ Bagnaia
A última década foi de domínio espanhol na MotoGP, com títulos de Jorge Lorenzo, Marc Márquez e Joan Mir em sequência. Porém, Pecco Bagnaia parecia disposto a acabar com isso.
E foram dois títulos em sequência (2022 e 2023) depois de o francês Fabio Quartararo ser campeão em 2021. O que parece ter incomodado os espanhóis na competição.
Coube ao “novato” Jorge Martín quebrar esta escrita – e de quebra ainda conquistar o título inédito. E agora o principal de sua coleção.
Agora resta saber se o espanhol conseguirá manter o ritmo a partir da próxima temporada, para quem sabe repetir os feitos de Márquez, com um tetracampeonato seguido (2016 a 2019), e Rossi, penta entre 2001 e 2005.