Autor de todos os gols do Brasil na conquista do título da Kings World Cup Nations, espécie de Copa do Mundo de futebol de sete, por 6 a 2, diante da Colômbia, realizada no estádio da Juventus, na Itália, Kelvin Oliveira, o K9, que hoje brilha no futebol de sete, tem um passado também no futebol profissional.
Natural de Minas Gerais, Kelvin chegou a passar pelas categorias de base do Cruzeiro, sendo lateral-esquerdo da Raposa. De lá, o garoto também teve oportunidade na base do Milan. Porém, depois que se profissionalizou, o atleta teve passagem por apenas times regionais de seu estado.
Anos depois, já com a camisa do Grêmio, Kelvin era um dos destaques do time de futebol de sete do Imortal, ao lado de nomes como Léo Moura e Maicon, campeões da CONMEBOL Libertadores pelo time gaúcho, em 2017, recebendo até mesmo uma oportunidade em um treino do time principal.
Na atividade, Kelvin roubou a cena e fez três gols em um treinamento dirigido por Renato Gaúcho. A torcida tricolor mobilizou uma campanha para Kelvin substituir Luis Suárez, que brincou em ser “muita responsabilidade”.
“Tá maluco, é muita responsabilidade. O cara é um fenômeno, foi um prazer estar todos aqueles dias treinando com ele, fora de série. O time do Grêmio é muito bom, forte. Substituir ele é muito difícil, só um outro extraterrestre para te esse feito. Claro que a gente vai tentar fazer o máximo, mas as palavras ‘substituir o Suárez’ são muito fortes, é difícil. Foi muito bacana essa experiência, tenho só gratidão a Deus, a toda torcida do Grêmio e aos jogadores”.
Porém, uma possível entrada na equipe foi vetada pela direção, que entendeu que o atleta não teria condições físicas de cumprir seu papel em campo.
Em entrevista recente ao canal “Campeões da Resenha”, do Youtube, Kelvin, em conversa com Vampeta, pentacampeão do mundo com a seleção brasileira em 2002, disse que não deixaria sua carreira na atual modalidade para tentar mais uma vez uma chance no futebol profissional.
Questionado por Vampeta se era melhor ‘ser o cara’ do futebol de 7 do que ‘mais um’ no campo, Kelvin não ficou em cima do muro.
“É exatamente isso. Falei, tenho muito prestígio no futebol de sete, financeiramente é melhor para mim. Não faz sentido (trocar). São várias coisas que alteram. Não sou mais novo para largar o futebol sete e arriscar minha carreira toda. Tenho 28 anos, minha carreira no campo iria acabar. Tenho que aproveitar a fase boa”, iniciou.
“Sou competitivo, gosto de competir. Eu ser o cara do futebol sete não é prioridade, tem muito cara bom. No campo eu iria começar lá embaixo. Todo mundo acha que todo mundo ganha muito diferente, mas só 5% ganha mais de 7 mil reais. É complicado. Futebol sete eu tenho prestígio, ganho dinheiro bom. No campo iria competir, mas com salário baixo. Coloquei tudo na balança e não valeria a pena para mim”, disse.