Presente no sorteio da Copa do Brasil, que definiu o União Rondonópolis como adversário na primeira fase, o presidente do Vasco Pedrinho abriu o jogo sobre os principais assuntos nos bastidores do clube nos últimos dias. Entre eles, o mercado da bola.
Em conversa com os jornalistas presentes na sede da CBF, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o mandatário explicou as negociações frustradas pelos atacantes Bruma e Brian Rodríguez e ainda garantiu: o Vasco quer contratar de dois a três jogadores para reforçar o ataque.
Por outro lado, reforçou que o clube carioca tem um orçamento limitado para contratações de US$ 5 milhões (R$ 28,7 milhões) para toda a temporada de 2025. Ainda assim, a diretoria tenta alguns mecanismos para fazer contratações.
“Sobre o Bruma, garanto que é um jogador que ninguém conhecia, e muitos que falavam do Bruma nem sabiam quem era. A gente tentou trabalhar de forma sigilosa, conseguimos isso. As pessoas a acharam que a gente estava negociando com o Bruma naquela semana que o negócio deu errado, não, o negócio está há muito tempo. Só que se o meu CEO (Carlos Amodeo) me diz que eu tenho um orçamento de US$ 5 milhões para o ano, sabendo que eu tenho mais uma janela, eu tenho que criar um mecanismo financeiro para contratar jogadores”, começou por dizer.
“Quando eu quero jogadores de uma prateleira acima, como é o Bruma, um jogador de 7 milhões de euros, a gente tem que cair em uma lógica financeira. Se eu tenho US$ 5 milhões para investir, e o jogador vale 7,8 milhões de euros, teoricamente eu não tenho dinheiro para pagar à vista e descumprir um orçamento passado pelo CEO. O que a gente começa a fazer? Vamos negociar, a gente quer um jogador de prateleira superior. Nisso, eu ofereço – estou dando um exemplo – US$ 2 milhões no primeiro ano, US$ 1 milhão no segundo, e assim vai. Para quê? Para se eu der US$ 2 milhões esse ano, eu ainda tenho mais US$ 3 milhões para gastar. Se o clube lá quer US$ 7 milhões, existe um contraponto, existe uma negociação, então assim começam as conversas. Não é simples como as pessoas acham. Eu levo uma vantagem na negociação. É muito fácil para eu me proteger e ser irresponsável, se eu quiser eu finjo que pago, pago a inicial, não pago mais nada e fico devendo, como foi feito a vida inteira. Eu não vou fazer isso”, prosseguiu.
“Ninguém fica no sofá. A gente tem que ir no atleta quando existe qualquer tipo de dúvida do atleta. Não tem dúvida do atleta, eu tenho papel timbrado do Braga, contrato enviado para o atleta com todos os pedidos feitos, e chegou para ele assinar. Quando chegou em um período, o empresário parou de responder, eu comecei a ir muito mais forte no empresário, quando deu na cabeça ele começou a me ligar para falar que o Benfica tinha entrado no circuito. Era o último dia da janela em Portugal, a partir da lesão do Di María o Benfica foi lá e foi em cima. É muita coisa que se fala que não é verdadeira. A necessidade por um atacante é clara e óbvia e já estamos no mercado há muito tempo, mas a gente tenta primeira prateleira nas nossas condições, não é para os outros clubes que têm dinheiro. Às vezes as coisas não acontecem, foi uma escolha do Bruma. Não foi incompetência, atraso, foi uma escolha do Bruma. Quando eu envio a proposta, era só para ele assinar, já estava tudo certo e aconteceu um imprevisto.”
Em relação a Brian, do América-MEX, Pedrinho revelou que o Vasco encontrou resistência dos mexicanos, que possuem um grande poderio financeiro.
“Agora, o Brian (Rodríguez) era um jogador caro, que a gente insistiu, estávamos lutando contra o América-MEX, que financeiramente é muito rico, que resistiu até o último minuto, e a gente foi no limite, até chegar na proposta oficial que eles queriam. O América-MEX não liberou. Temos outras negociações de forma paralela, que a gente não divulga, mas que é brigado no mercado por outros”, revelou.
“É um início de temporada, queremos fechar a janela com duas ou três contratações no ataque. Não quer dizer que começamos agora, isso é uma mentira que causa um caos para me afetar diretamente. Eu vou cumprir o que eu prometi, que é entrar aqui e começar a pagar as dívidas.”
O mandatário cruz-maltino falou, inclusive, sobre Rony, atacante que está fora dos planos do Palmeiras. E reiterou o interesse no atleta, que é desejado por outros clubes.
“Têm muitos jogadores que a gente está atrás que são jogadores que estão no mercado, o Rony é um deles. É um jogador que a gente tem interesse, como outros. É uma negociação difícil, vocês sabem os valores. É um jogador que a gente deseja, a gente já conversa há bastante tempo.”
‘O Vasco está disposto à venda’
Em relação à venda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Vasco, Pedrinho atualizou como anda o processo e afirmou que, até o momento, nenhuma proposta chegou à sua mesa de qualquer investidor.
Tenho um NDA (acordo de não divulgação) … assinado. Pra deixar claro, que qualquer investidor, e vocês sabem que nós temos três NDA’s assinados. Qualquer convite que seja feito, prontamente será atendido. Se tiver um convite para que eu viaje a qualquer país, com a velocidade necessária, não com pressa, pra que possamos fazer o melhor negócio para o Vasco, isso vai acontecer”, disse.
“De fato, neste momento, os números já estão com investidores, as informações, e nenhuma proposta foi feita. Que fique claro isso. O Vasco está disposto à venda, é o que desejo, mas não depende de mim, depende dos investidores e nenhum deles fez proposta. Então não adianta ficar ‘vende, Pedrinho, vende, Pedrinho’. Não é assim”, prosseguiu.
“Tenho uma responsabilidade enorme para encontrar uma empresa correta, pra que não aconteça o que aconteceu, e segundo que tenho que receber uma proposta. E isso não aconteceu”, finalizou.