Lionel Messi e Pep Guardiola formaram uma parceria incrível por quatro anos no Barcelona. Entre 2008 e 2012, conquistaram 14 títulos e foram os pilares de um time que, para muitos, foi o melhor já montado na história do futebol.

Isso esteve perto de se repetir quase uma década depois. Em 2020, após as eliminações de Barcelona e Manchester City na fase final da Champions League, disputada em Portugal por conta da pandemia de COVID-19, técnico e astro se encontraram e ficaram perto, bem perto, de reeditar a parceria.

O que aconteceu nos bastidores? E por que não deu certo? Quem conta é o jornalista Martí Perarnau, biógrafo oficial de Guardiola, em artigo publicado no jornal Daily Mail, da Inglaterra. O escritor se prepara para lançar um terceiro livro sobre o técnico, com detalhes de sua passagem por Manchester, e oferece revelações sobre o encontro com Messi.

A possibilidade de se transferir do Barcelona para o City partiu justamente do camisa 10. Irritado por problemas internos do clube e pela eliminação na Liga dos Campeões, com direito a derrota por 8 a 2 para o Bayern de Munique, Messi enviou uma mensagem direta a Guardiola e também a Sergio Agüero, seu amigo desde a adolescência.

“Alguma coisa grande pode rolar. Leo acabou de me perguntar quanto tempo Pep ainda tem de contrato”, alertou Agüero no grupo de WhatsApp com jogadores do City.

Messi e Guardiola se encontraram dias depois da mensagem, na casa do técnico em Barcelona. Era a segunda vez que isso acontecia desde a saída de Pep do Camp Nou. Na primeira, em 2016, as partes não pareceram tão entusiasmadas com a possibilidade.

Agora era diferente, até pela reação do próprio jogador. “Eu só quero ir para o mais longe possível. Ainda quero conquistar grandes coisas”.

O diálogo entre as duas estrelas durou seis horas e meia. Messi e Guardiola abordaram tudo que era possível: de Liverpool a Bayern de Munique, de Antonio Conte a Thomas Tuchel, do clima chuvoso de Manchester até Kevin de Bruyne. Discutiram, também, futuras contratações que o City faria e como o atacante se encaixaria na equipe.

“É verdade sobre Messi?”, escreveu Bernardo Silva para Guardiola, que rebateu perguntando o que o português acharia se o negócio acontecesse. “Eu correria duas vezes mais”.

A empolgação estava lá, mas faltava o principal: o acerto financeiro que permitisse o negócio. Messi entregou uma carta à diretoria do Barcelona, em que requisitada a liberação do clube para buscar um novo desafio, mas o documento não foi aceito.

Como o camisa 10 ainda tinha uma temporada a mais de contrato, o Barcelona bateu o pé para receber a multa, avaliada em 700 milhões de euros, um valor que, mesmo para o Manchester City, era impagável. E assim acabou de uma reunião entre Guardiola e Messi.

Sem o City, o atacante passou mais um ano em Barcelona até se transferir para o PSG, onde atuou duas temporadas até se mudar para o Inter Miami, dos Estados Unidos. Em Manchester, Guardiola remontou a equipe inglesa a ponto de alcançar o sonhado título da Champions League, somado a outros inéditos como a Supercopa da Uefa e também o Mundial de Clubes.