Foram mais de 46 mil torcedores presentes no Maracanã presenciando uma classificação épica do Fluminense na CONMEBOL Libertadores. Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, o Tricolor carioca exorcizou mais um fantasma do seu passado para vencer também nos pênaltis pela primeira vez na história do torneio.

O resultado garante uma sequência firme do Flu na Libertadores. Já são 15 jogos seguidos de invencibilidade dentro de casa no torneio. E a importância da torcida é reconhecida por quem está dentro de campo.

Após um período lesionado, o capitão Felipe Melo voltou aos gramados na segunda etapa e fez questão de reforçar a importância que a presença do torcedor tem para o time.

“Acho que o mais importante é o torcedor do Fluminense entender que, quando ele vem, os atletas dão resultado. Foi assim no ano passado inteiro. Eu lembro na final do Campeonato Carioca, quando tínhamos o resultado adverso, eles vieram, nós conseguimos dar o resultado. Foi assim em toda a Libertadores. E os jogos contra Palmeiras, Bahia, eles lotaram, fizeram a parte deles. Tivemos uma eliminação, de fato (na Copa do Brasil), com a torcida aqui, mas isso acontece”, disse.

“O torcedor tem que entender que eles são o combustível do Fluminense. Quando eles vêm, a gente realmente olha, fala: ‘eles confiam, acreditam na gente, então temos que sair com o resultado positivo por eles, por nós, pelas nossas famílias’. Acho isso importante para que saibam que o Fluminense passou por um período de dificuldade, ainda estamos atravessando, mas temos muita casca para sair daqui”, completou.

Felipe retomou até mesmo declaração de Gabriel Milito, técnico do Atlético-MG, rival nas quartas, quando ainda comandava o Argentinos Juniors, para reforçar que o Maracanã faz do Tricolor um time mais forte em campo.

“A gente perdeu alguns jogos do Brasileiro para equipes consideradas menores e uma das coisas que falamos há algum tempo atrás era que o Maracanã era a nossa casa e tínhamos que voltar a fazer a nossa casa forte. Os clubes tinham que temer quando chegassem aqui. Eu vi uma entrevista do Milito falando que enfrentou a gente no Maracanã com 70 mil pessoas, que já causa um impacto importante”, afirmou.

“É sabermos que esse tempo passou. E continuarmos a fazer a nossa casa muito forte. O torcedor entender que fizemos do Maracanã a nossa casa, a nossa torcida quando vem grita, apoia. E isso causa um impacto importante nos adversários. Quando vamos jogar na Bombonera ou contra o River Plate, com aquela torcida, causa um impacto, até em nós que somos mais experientes. Isso é muito importante para nós, mas não entra em campo”, acrescentou.

Uma das grandes lideranças do time, Thiago Silva foi outro a ressaltar a importância da torcida no Maracanã, relembrando até mesmo as provocações feitas nos períodos de ausência.

“Eu já ouvi tantas coisas na minha volta… ‘torcida de pagode’, disso, daquilo. Mas tem time que está lá na frente e não coloca 40 mil no estádio. A nossa está lá embaixo e coloca 50, 40, 45 mil. A gente sabe da importância que eles têm, e eles sabem, também. Quando eles jogam da forma que estão jogando ultimamente, a gente tem tudo para sair dessa situação”, apontou.

A liderança de Thiago Silva – ganhando um reforço

Desde que voltou, Thiago Silva teve importância grande na disputa contra o rebaixamento. Na Libertadores, demonstrou que sua força pode ajudar, também, ofensivamente. Afinal, com menos de 15 minutos, veio de sua cabeçada o gol que abriu o placar – o primeiro desde seu retorno.

Dentro de campo, além da importância técnica, Thiago demonstra uma liderança muito grande, usando muitas vezes a braçadeira de capitão e dando instruções aos companheiros o tempo todo. Na classificação, porém, um gesto chamou a atenção.

No segundo tempo, Felipe Melo entrou no lugar de Thiago Santos. Sempre conhecido, também, por sua liderança, o camisa 30 assumiu a braçadeira de capitão depois da saída de Nino. E Thiago Silva reforçou isso ao, imediatamente, entregá-la de volta no campo. Para quem estava de fora, um gesto que chamou a atenção. Mas não para a dupla.

“Isso da braçadeira é normal, acontece nos clubes, não aconteceu comigo no Palmeiras, apesar de eu naquele momento ser o primeiro capitão da equipe. Acontece. Na Europa, são três capitães. Aqui, mais do que o Felipe Melo, Thiago Silva, temos outros capitães. O Fluminense está bem de liderança. Thiago voltou e com toda a sua liderança, força física, técnica, é normal”, afirmou Felipe Melo.

“O gesto, para mim, natural. O Felipe é o capitão da nossa equipe, ele sabe da importância que tem no grupo, da força que tem, mesmo sem ter a oportunidade de jogar, porque teve uma lesão. Nada mais justo do que o capitão entrar em campo e a faixa ser passada para ele, para mim é a coisa mais normal, mais natural. Para muitas pessoas causa espanto, mas para mim é normal”, completou Thiago.

Agora, Thiago ganha o ‘reforço’ de Felipe. Dois capitães de peso para reforçarem a busca pelo bi da Libertadores. Para o ‘Monstro’, inclusive, um título que seria ainda mais especial.

“Espero que eu possa ter mais uma oportunidade de jogar uma final de Libertadores. Eu joguei duas finais de Champions, perdi uma e ganhei uma. Joguei uma Libertadores e perdi… agora estamos nas quartas de final. Vamos sonhar grande, não custa nada. Mas sempre com muita humildade, pés no chão, porque é uma competição muito difícil”, relembrou.

Próximos jogos do Fluminense: