Agora é oficial. Corinthians, Caixa e Gaviões assinaram o acordo da ‘vaquinha’ que planeja quitar a dívida da Neo Química Arena.

Para ter sucesso, os torcedores do clube teriam que fazer doações que somariam R$ 720 milhões.

Pelo histórico de outras tentativas do tipo, melhor não se animar.

Há mais de 50 anos o Corinthians tenta usar a paixão de seu torcedor para pagar um estádio. Nunca, nem de perto, deu certo.

A primeira tentativa começou em 1967, quando o então presidente Wadih Helu apresentou um projeto de um estádio para 135 mil pessoas, o “Corinthião”.

Uma das principais fontes de financiamento seria um “carnê” que o torcedor do clube compraria. Além de ajudar na obra do estádio, iria participar de sorteios, que tinham um carro como prêmio principal, mas também “rádios difusores e máquinas de costura”.

Nunca a obra saiu do papel.

Em 1980, Vicente Matheus, o legendário presidente corintiano, fez um plano ainda mais ousado: um estádio para 200 mil torcedores.

Resgatou a ideia dos carnês com sorteios. Em propagada estampada nos principais jornais da época, o clube dizia que o carnê iria ajudar o Corinthians a “mudar do Parque São Jorge para um dos maiores do estádio do mundo”. E ainda ressaltava que “logo logo o Corinthians teria nova casa”.

Quem comprasse o carnê participaria de sorteio que iria oferecer prêmios como carros, motos, geladeiras e televisores. Mas dizia que não era problema não ser sorteado, já que quem estivesse com os pagamentos em dia iria receber um “bonito faqueiro de aço inox, com 9 peças” e ainda “ajudaria o Corinthians a construir um estádio do tamanho da fiel torcida”.

Mais uma vez ficou só na promessa.

Neste século, foi a vez de organizar uma vaquinha pura, como a Gaviões planeja para agora.

Em 2007, uma ONG lançou vaquinha para arrecadar R$ 300 milhões para construção de uma arena para 60 mil pessoas, em projeto que tinha como padrinho Andres Sanchez, outro ex-presidente corintiano.

O fracasso foi retumbante: dois anos depois, foram repassados apenas R$ 20 mil para o clube, que foram usados para a compra de aparelhos de musculação para o clube social.

Por fim, em 2020, a Gaviões começou a planejar a vaquinha que só foi lançada agora. Segundo a organizada, a Covid atrasou o projeto.

A ver se agora dá certo.