Em entrevista coletiva após o empate por 0 a 0 com o vice-lanterna Cuiabá, neste sábado (9), no Nílton Santos, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico do Botafogo, Artur Jorge, esbanjou sinceridade ao falar sobre a “cera” feita pela equipe visitante na partida.

O português afirmou que as constantes paralisações da partida foram uma “estratégia” do Dourado para esfriar o jogo e revelou que chegou até mesmo a reclamar com um jogador de sua equipe por ter devolvido a bola para o adversário no 1º tempo.

No lance em questão, o meia Clayson pediu atendimento médico aos 29 minutos. Depois disso, o zagueiro Bastos deu a bola de volta para o Cuiabá, recebendo vaias dos torcedores e fortes palavras de Artur Jorge, que reprovou a atitude.

O comentário também vem um dia depois de situação similar ter ocorrido em Palmeiras 1 x 0 Grêmio, com o alviverde Estêvão se recusando a devolver a posse ao Imortal depois que a partida foi parada para atendimento ao goleiro Marchesín.

“Essa pergunta em um momento menos bom posso correr o risco, mas é o que me dá na alma. Eu não gosto, estou aqui para ganhar jogos, não para ter uma equipe simpática, para fazer amigos do outro lado… Estou para ganhar jogos”, disparou o treinador.

“Não fiquei satisfeito em devolver a bola naquilo que foi uma clara parada técnica, não gostei, fiquei chateado com o Bastos. Falei com ele no intervalo. Tudo serve para arranjar maneiras de quebrar o ritmo do jogo”, seguiu.

“Não gosto que nós possamos ser cumplices de estratégias do adversário. Não julgo. Mas temos que fazer o jogo para ter o resultado que queremos. E se fomos cumplice em algum momento da estratégia do adversário para quebrar o jogo, fomos mal”, completou.

Falando sobre a partida, o comandante exaltou a entrega do Botafogo e disse que seu time fez “de tudo” para ganhar os três pontos neste sábado.

Apesar do resultado decepcionante, Artur Jorge também mostrou calma e ressaltou que o time carioca ainda possui vantagem confortável de quatro pontos sobre o vice-líder Palmeiras.

“Sobre o jogo em si, disse no início da importância desse jogo para nós, queríamos ganhar. Tenho falado muito de controlar as expectativas. Em um campeonato como esse, temos que entender os momentos. Essa equipe já teve um, dois, seis, hoje quatro pontos de vantagem. Faltam cinco jogos, temos uma posição ainda privilegiada. Nosso objetivo é ser campeão e podemos ser”, apontou.

“É um jogo injusto para nós, fizemos muito para ganhar esse jogo. Tivemos bolas na trave, com goleiro… Mas há jogos que são assim, futebol é isso. Não quero passar de euforia para depressão porque temos quatro pontos”, acrescentou.

“São quatro pontos de vantagem. E temos que lidar com isso, com jogos como esse… Esse jogo não nos deu. Agora é prepara para esse último ciclo de cinco jogos no campeonato, mais a final da Libertadores, para terminarmos bem”, finalizou.

Agora, o Botafogo só volta a jogar no dia 20 de novembro, contra o Atlético-MG, fora de casa, pela 34ª rodada da Série A.

Curiosamente, o Galo também será o rival da finalíssima da Libertadores, no dia 30, em Buenos Aires.

Até a decisão continental, o Fogão ainda enfrentará o Vitória, no Nílton Santos, e o Palmeiras, em uma verdadeira “final” no Allianz Parque.

Próximos jogos do Botafogo