A NFL no Brasil foi um verdadeiro sucesso para quem estava dentro da Neo Química Arena na noite desta última sexta-feira (6). E ter a oportunidade de ver a vitória do Philadelphia Eagles por 34 a 29 contra o Green Bay Packers de dentro do gramado foi um verdadeiro espetáculo à parte.
E a experiência diferente começou logo de cara com uma entrada nada comum nos estádios brasileiros. Esteira de raio-x no melhor estilo aeroporto. Na sequência, mas uma breve caminhada até o andar do campo. Para entrar no gramado, além de uma credencial, é necessário usar uma faixa parecida com a de um capitão de futebol para deixar claro que você tem a liberação para estar ali.
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Com todas as autorizações, acesso liberado para o espaço da ESPN na lateral do campo, bem atrás do banco de reservas dos Packers e ao lado das caixas de som do estádio, que estrondavam músicas brasileiras de diversos estilos.
Com o passar das horas, o estádio foi se enchendo, colorido com as camisas dos times da NFL, sendo a de Green Bay a mais predominante nas arquibancadas. O momento mais marcante desse pré-jogo foi a passagem de Roger Goodell, comissário da liga, na beira do campo, se esticando para atender os fãs e tirar fotos com todos, mostrando que até o “chefão” estava encantado com o tratamento do povo brasileiro.
A entrada dos jogadores em campo para o aquecimento gerou o primeiro grande urro da torcida, até com algumas vaias para os jogadores dos Eagles de início. E, claro, pela primeira vez na história da liga, pudemos ver os atletas se preparando para o confronto ao belo som de uma escola de samba, que tocava do lado do gramado ao mesmo tempo.
Logo de cara, é chocante ver o tamanho dos jogadores de ambos os times, parecem verdadeiros gigantes musculosos. As pancadas chegavam a ser tão altas que eram audíveis mesmo com o alto som das caixas.
Seguindo o cronograma da liga, os times perfilaram para a apresentação dos hinos nacionais dos Estados Unidos e do Brasil. Pela primeira vez desde a Copa do Mundo de 2014, senti a torcida se emocionando e cantando junto o hino brasileiro, arrepiando a todos que estavam no local.
Os fãs voltaram a se inflamar pouco antes do pontapé inicial. A ovação para as brasileiras medalhistas nas olimpíadas de Paris, principalmente para Rebeca Andrade, acabou comovendo a todos.
Com a partida rolando, pudemos ver uma atmosfera sensacional da torcida, se envolvendo em todas as jogadas. E esse fervor me fez reviver os antigos clássicos paulistas, quando ainda era possível ter duas torcidas rivais no mesmo estádio.
No mesmo lance, conseguíamos ouvir gritos de apoio e vaias para atrapalhar o time que estava com a posse da bola, deixando o espetáculo ainda mais bonito. E nada mais brasileiro do que gritos contra a arbitragem após a anulação de um touchdown no começo da partida.
E detalhe para os jogadores dos Packers trocando de chuteira ainda no primeiro tempo. Por estarem escorregando muito no gramado, acabaram optando por outro tipo de trava para dar segmento ao confronto.
Para o aguardado show do intervalo de Anitta, a posição de campo acabou não sendo boa. O palco ficou de costas para o meu ponto de visão, deixando como saída ver a exibição somente pelo telão. Contudo, foi chocante ver toda a estrutura da apresentação entrar e sair em menos de 15 minutos.
De volta para a partida, o jogo em campo foi ficando cada vez mais disputado e equilibrado. Os jogadores dos Packers se agitavam a cada jogada positiva que o time conseguia.
Porém, o momento que mais levantou a torcida no segundo tempo foi quando o DJ do estádio colocou “Evidências” para tocar em uma das pausas. O sucesso foi tanto que a música continuou sendo berrada pelas arquibancadas mesmo à capela e com o jogo já rolando novamente.
O anticlímax da partida acabou sendo a lesão de Jordan Love no último quarto. Inclusive, a reação dos companheiros e dos médicos não foi nada boa, dando indícios de que a contusão talvez seja séria.
Após o apito final, festa dos Eagles com um início positivo de temporada, mas nada de descanso para a organização. Poucos minutos após o apito derradeiro do árbitro, profissionais já começaram a tentar ajustar o gramado, que acabou ficando danificado, principalmente no meio-campo. Além disso, outros integrantes do staff já iam desmontando o restante do campo. Antes das 2 horas da manhã, já não tinha mais a trave em “y” e os bancos de reserva.
A hora de ir embora acaba sendo triste, já que o evento foi bom demais para ter um fim. Contudo, o sentimento que fica para os presentes é que certamente a NFL não vai demorar para voltar para o Brasil, onde ela encontrou a atmosfera perfeita para a realização do show esportivo que o norte-americano tanto está acostumado a fazer.