A preparação mental dos atletas é algo que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) garante estar entre as prioridades para o próximo ciclo das Olimpíadas, marcadas para Los Angeles 2028.
Durante a apresentação do balanço dos Jogos de Paris, neste domingo (11), Mariana Mello (subchefe da missão e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo da entidade) mostrou um slide cujo título era “Disputas diretas de medalhas não conquistadas“.
Nele, estavam 11 atletas que terminaram a Olimpíada em quarto ou quinto lugar, a uma posição ou vitória de conseguir o pódio. São eles:
Keno Marley e Wanderley Pereira (ambos boxe)
Giullia Penalber (luta)
Ana Marcela Cunha (maratona aquática)
Pedro Barros e Dora Varella (ambos skate park)
Rebeca Andrade (ginástica, trave de equilíbrio)
Hugo Calderano (tênis de mesa)
Rafael Macedo e Rafaela Silva (ambos judô)
Ana Sátila (canoagem slalom)
Gerente de alto rendimento do COB, Sebástian Pereira disse que já houve uma barreira superada: os atletas aceitarem ajuda psicológica. Mas agora o dirigente quer buscar soluções para que medalhas “escapando pelas mãos por um detalhe” não aconteçam daqui a quatro anos.
“Preparação mental é um assunto importantíssimo para nós, estamos trabalhando há bastante tempo com esse objetivo. Estamos crescendo o número de profissionais trabalhando não somente durante as missões, mas trabalhamos no dia-a-dia dentro do centro de treinamento e também no dia a dia dos atletas para que eles se acostumar com a ideia”, falou.
“Muitos eram resistentes com a ideia da preparação mental, com a psicologia, com o coaching esportivo – que é uma área nova, que está sendo cada vez entendida de acordo com o perfil do atleta. A gente vem conhecendo ao longo do processo cada atleta para poder entender a eficiência de cada profissional, e estamos crescendo cada dia mais na preparação mental”.
“Nesses jogos, foi o maior número de profissionais que conseguimos trazer baseado no histórico que tínhamos de acompanhamento com cada atleta, com cada equipe, e isso se reflete em todas as declarações dos atletas, valorizando a importância de se ter um profissional dessa área para poder dar esse suporte, e é isso que queremos avançar, que mais atletas possam se interessar por essa área, o quanto importante é”, analisou Sebástian Pereira.
“Estamos falando de psicologia, de coaching, de biomecânica, de bioquímica, todas as áreas vão ser fundamentais nessa criação e nessa oportunidade de chegarmos a uma condição de medalha. Vimos várias medalhas escapando pelas mãos por um detalhe. Faz parte, são Jogos Olímpicos, mas temos que estar preparados para conseguir coletar”.
“Daqui a quatro anos, precisamos estar preparados para podermos coletar não somente as 20 medalhas, mas também as 11 medalhas que talvez faltaram nessas quarto, quinto lugares que escaparam pelas mãos. E esse é o detalhe que vamos analisar daqui para frente, perceber o que faltou, e poder trazer mais gente para esse rol, esse funil para chegar a uma condição de medalha”, completou o gerente do COB.
Mariana Mello também detalhou que na área de psicologia e preparação mental o COB tem “buscado junto com as confederações trabalhar com os treinadores e comissão técnica, que também passam muito pela nossa área de coaching, com psicólogos em alguns momentos, e entendemos que isso é fundamental”.
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