O jogo da NFL no Brasil, disputado entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, foi histórico não apenas por ter sido o primeiro da liga de futebol americano em território brasileiro. O confronto, no dia 6 de setembro de 2024, na Neo Química Arena, em São Paulo, foi também uma mudança de chave para Saquon Barkley.

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O running back, que desde que chegou à NFL, em 2018, sempre mostrou ser muito talentoso, acabou se afundando na péssima fase do New York Giants. Depois de uma primeira temporada com 11 touchdowns, ele teve momentos ruins e acabou deixando a equipe em 2024, ficando livre para assinar com os Eagles.

Seu impacto foi imediato, e logo no jogo do Brasil, já anotou dois TDs e liderou a vitória de seu time por 34 a 29 para cima dos Packers. Isso pode ter servido de motivação e o bom nível foi mantido durante toda a temporada, com ele repetindo as boas atuações com ao menos dois touchdowns anotados em mais quatro jogos.

Essa performance o colocou na história do futebol americano. Ao todo, em 16 jogos, foram 13 touchdowns, com direito a 2.005 jardas corridas, fazendo Saquon Barkley ingressar em um seleto grupo de apenas nove atletas que ultrapassaram a marca de 2.000 jardas em uma temporada.

Ele só não conseguiu ainda mais, com a possibilidade de bater o recorde de 2.105 jardas de Eric Dickerson, em 1984, porque foi poupado e não entrou em campo no último jogo – a vitória por 20 a 13 para cima justamente dos Giants, seu ex-time.

Esses números fantásticos credenciam Barkley até mesmo a sonhar com o prêmio de MVP. O running back disputa a “corrida” para ser eleito o melhor jogador da temporada com quatro quarterbacks: Lamar Jackson (Baltimore Ravens), Josh Allen (Buffalo Bills), Joe Burrow (Cincinnati Bengals) e Sam Darnold (Minnesota Vikings).

Depois de um ano de sucesso na Filadélfia, já está mais do que claro que o fato dos Giants terem liberado um jogador com essas qualidades, sem sequer ter oferecido a ele uma proposta de renovação, foi um erro bastante grotesco. E essa certeza é nítida até mesmo dentro da franquia. Em entrevista recente, o quarterback Tommy DeVito, que atuou em três jogos nesta temporada, admitiu que tanto Barkley como o wide receiver Sterling Shepard, que foi para o Tampa Bay Buccaneers, fizeram muita falta e que a ausência deles foi bastante sentida dentro dos vestiários.

“Definitivamente. Talvez eles (os diretores) não tenham valorizado o suficiente porque tivemos dois deles saindo. Dois caras que estavam entre os líderes mais vocais no ataque, caras que jogaram muito. Esses dois significaram muito, mas obviamente Saquon é o meu cara. Ele me ajudou a entrar nesse papel [de líder] e como tudo aconteceu. Vê-lo sair e como aconteceu foi difícil.”

Até mesmo jogadores defensivos dos Giants comentaram sobre a liderança de Saquon Barkley na equipe, como o safety Dane Belton: “A perspectiva de liderança não foi só no ataque. Definitivamente, você perdeu isso. E olha para o time, somos muito jovens. Para isso, não ajuda perder um grande líder como esse. Sem dúvida, acho que foi uma perda difícil.”

Talvez não por coincidência, enquanto Barkley escreveu seu nome na história da NFL e entra nos playoffs para mais um duelo com os Packers, no domingo (12), às 18h30 (de Brasília), em duelo com transmissão do Disney+, com a possibilidade de conquistar seu primeiro Super Bowl na carreira, os Giants tiveram o pior recorde em toda a liga, ao lado de Cleveland Browns e Tennessee Titans, com apenas 3 vitórias e 14 derrotas.