Aos 18 anos, Endrick terá a primeira chance de disputar de forma oficial o maior clássico do mundo neste sábado (26), às 16h (de Brasília), quando Real Madrid e Barcelona se enfrentarem com transmissão ao vivo do Disney+ Premium. Desde o final de julho vestindo as cores merengues, o brasileiro já viveu um turbilhão de emoções – e de opiniões sobre seu futebol.
A começar pela primeira vez que entrou em campo em um ‘El Clásico‘. Durante a pré-temporada do Real nos Estados Unidos, o atacante atuou por 67 minutos na derrota por 2 a 0, mas não agradou tanto. Pelo menos não aos críticos do jornal AS.
“Endrick deu outra mostra do que lhe falta para estar no tom do Real Madrid”, escreveu o diário em 3 de agosto. “Contra o Barça, ele até participou mais do que contra o Milan, é verdade. Dei um chute cruzado que não entrou por pouco e uma cabeçada depois de escanteio que por pouco não termina em gol de Vinicius Jr.“.
“Ele mostrou, isso sim, que, quando recebe com campo aberto, consegue sair em disparada. É assim que pode causar muito dano”, complementou.
No mesmo mês, a temporada começou oficialmente e, no dia 25, Endrick conseguiu deixar sua marca pela primeira vez contra o Valladolid na vitória por 3 a 0, pela 2ª rodada de LALIGA. E as críticas passaram a dar lugar para elogios de Carlo Ancelotti.
“Endrick tem um potencial muito grande. Na situação do gol, ele mostrou todas as suas qualidades. Ele é muito rápido, tem bom controle, tem um chute potente, essa é a sua qualidade”, explicou. “Ele é um centroavante que, em espaços apertados, é muito perigoso”.
E o momento positivo em campo poderia ter uma explicação simples: o atacante se sentindo cada vez mais “em casa”. E algo que contou muito em favor do jovem foi a forma como os colegas de vestiário o receberam.
Em 8 de setembro, em entrevista à ESPN, Rodrygo revelou detalhes de como Endrick, em pouco tempo, até recebeu apelido para ser zoado pelos companheiros.
“Agora ele virou Bobby. Não é mais Endrick. Pegou essa brincadeira. Temos um grupo muito bom no Real, com ele não está sendo diferente. Sabemos da qualidade e como pode nos ajudar”, disse. “Virou Bobby, já era. Está levando numa boa. Não tem o que fazer, se ficar bravo é pior (risos)”.
Em mais de uma oportunidade, o ex-Palmeiras revelou ser admirador do futebol da antiga lenda do Manchester United e da Inglaterra. As falas chamaram a atenção do público e fizeram os companheiros de clube e seleção brasileira ‘pegarem no pé’ do jovem de maneira jocosa.
Na volta da data Fifa, em 17 de setembro, Endrick conseguiu seguir importante para o Real Madrid. Na estreia da Champions League contra o Stuttgart, o brasileiro fechou o placar da vitória por 3 a 1 no Santiago Bernabéu em lance de muita personalidade. Em contra-ataque com seu comando, o brasileiro tinha quatro companheiros como opções, incluindo Vinicius Jr. e Kylian Mbappé, mas optou por arriscar de fora da área e acabou sendo feliz no lance.
Um dos destaques da partida em campo, o goleiro Thibaut Courtois rasgou elogios à joia merengue. No entanto, brincou sobre a decisão tomada pelo brasileiro. “Se ele erra (o chute), eu o matava agora mesmo (risos)”.
“Mas se ele tem a confiança para chutar e chuta bem, obviamente tem um disparo muito potente, se ele faz o gol ele deixa todo mundo calado. É um garoto com muita qualidade e demonstrou isso. Mostra a sua personalidade de não passar a Vini ou a Mbappé e chutar ele mesmo”, afirmou.
Mas o que se sucedeu a isso foi uma natural queda de rendimento do jovem em adaptação. No dia 2 de outubro, durante a derrota na Champions para o Lille, Endrick foi titular pela primeira vez, mas recebeu um “puxão de orelha” do zagueiro Rudiger durante uma cobrança de falta da equipe adversária.
E o momento de baixa fez com que jornais voltassem a falar de forma negativa do jovem, que foi banco nos jogos da seleção brasileira durante os jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo em outubro. No dia 14, depois da partida contra o Chile, o diário AS destacou negativamente a ausência do atacante no 11 inicial.
“O ‘efeito Endrick’ está desaparecendo no Brasil depois que sua chegada à seleção principal foi notável, marcando até vários gols em suas primeiras partidas. Porém, o técnico Dorival Júnior não parece considerar suficiente o que o jovem brasileiro conquistou anteriormente ou agora no Real Madrid, onde vem aproveitando os minutos concedidos por Carlo Ancelotti”, escreveu o jornal.
“Embora Endrick ainda não tenha explodido como a grande estrela que promete ser, sua presença já provoca debates sobre se ele deveria ou não ser o número 9 do Brasil. Ele tem tudo para ser e, mais cedo ou mais tarde, será a grande ameaça de um time que há anos busca aquele grande camisa 9 brasileiro”, completou.
Agora, após altos e baixos nos primeiros meses, o atacante de 18 anos terá a chance de entrar em campo pela primeira vez em um clássico contra o Barcelona. Mais uma chance de poder provar para o mundo que merece estar onde chegou.
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