A vitória do Fluminense sobre o Atlético-MG por 1 a 0 nesta quarta-feira (18), no Maracanã, pela CONMEBOL Libertadores, não apenas abriu vantagem para a volta das quartas de final, como também escancarou um talismã que, na opinião do técnico Mano Menezes, nem sempre reluz aos olhos de todos.

Aos 28 anos, Lima saiu do banco para garantir o triunfo do Fluminense e desatar um nó que, até o intervalo, parecia ultrapassar as quatro linhas.

O relógio marcava os 17 minutos do 2º tempo quando um barulho ensurdecedor tomou conta das arquibancadas. Era substituição tripla na equipe da casa.

Enquanto a torcida festejava a entrada de Marcelo e Cano, um herói silencioso dava seus primeiros passos para salvar a noite tricolor. Lima, que substituiu Martinelli, como volante, precisou de 25 minutos para concluir a missão que, a priori, nem seria dele.

No caso do camisa 45 tricolor, no entanto, cumprir uma função que não é sua é a sina desde sua chegada nas Laranjeiras. Sinônimo de versatilidade, o jogador foi homenageado pelo técnico após a partida.

“Existem jogadores supervalorizados no futebol brasileiro e alguns subvalorizados, e o Lima está entre eles. Falo isso de um modo geral, externamente, porque ele faz quase tudo certo que a gente quer que ele faça. Se coloca na extrema, ele sabe fechar para fazer um bom meia, tem qualidade, define bem, passa bem, domina bem. Se você coloca de volante, como foi possível naquele momento, porque tínhamos volume para colocar um meia de volante, ele faz bem”, disse Mano Menezes, que ainda lembrou a temporada anterior.

“O Fluminense não foi campeão da Libertadores à toa. Foi porque o seu elenco é composto de jogadores como o Lima, e os momentos mais importantes dão a sua participação para a equipe e isso deixa qualquer treinador muito contente”, completou.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br na última semana, o talismã do Flu falou sobre a sua polivalência e as adaptações para conseguir seu espaço na equipe.

“Com o (Fernando) Diniz eu evoluí bastante, ganhei confiança, consegui pensar como ele gosta de desenvolver o jogador e fico feliz. Sou muito grato a ele, comuniquei na saída dele, agradecendo por tudo. E agora com a chegada do Mano, outro estilo de jogo, estou me adaptando bem. É totalmente diferente, mas mais um estilo que eu gosto também, mais posicionado, então não vejo problema algum”, afirmou.

Números explicam

Titular em apenas quatro dos nove jogos da Libertadores, Lima é um dos poucos presentes em todas as partidas do torneio, ao lado de Fábio, Jhon Arias e Martinelli.

Se há um ano Diniz manifestava a vontade de ver o jogador arriscando mais ao gol, hoje ele é o quarto que mais finaliza na competição, atrás de Cano, Marcelo e Jhon Arias, com 57.1% dos arremates no gol de acordo com o TrueMedia, ferramenta de dados.

Com 28 recuperações de bola, o camisa 45 está atrás apenas de Marcelo (29), Martinelli (37) e Jhon Arias (48). Quando o assunto é chance criada, isto é, a soma das assistências e passes decisivos, o jogador soma seis oportunidades, superado apenas por Arias, com 18.

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