A batalha judicial entre a associação do Vasco e a 777 Partners tem mais um capítulo marcado para o dia 27 de novembro. Em audiência marcada às 13h (de Brasília), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o agravo de instrumento impetrado pela empresa norte-americana será julgado. Mas no que isso pode interferir no futuro da SAF cruzmaltina?

O agravo é nada menos que um recurso que a 777 – agora controlada pela A-Cap, outra empresa dos Estados Unidos – interpôs contra a decisão de primeira instância da Justiça, que, ainda em 15 de maio, afastou a empresa do controle da SAF do Vasco e suspendeu os contratos em vigor.

O pedido da associação se baseou no artigo 477 do Código Civil e levou em consideração as notícias relacionadas à situação financeira da empresa, acusada de fraude nos Estados Unidos por pegar empréstimos e dar como garantia fundos que não lhe pertencem, ou nem mesmo existem. Então o Tribunal de Justiça, que é a segunda instância, vai confirmar ou não a decisão de primeira instância. Esse é o objeto do recurso.

Nesta próxima decisão, porém, o diferencial é que não caberá recurso. Ou seja: caso o Tribunal de Justiça mantenha a decisão da 4ª Vara Empresarial, de suspensão dos efeitos do contrato de venda da SAF à 777, o Vasco passa ficar em definitivo com todas as ações da empresa, cabendo exclusivamente ao presidente Pedrinho e seus pares diretos negociarem a venda da empresa para um novo grupo investidor.

Na audiência, a associação será representada pelo vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal. Do lado da 777, provavelmente será enviado um representante da A-CAP, já que a seguradora assumiu o controle da rotina da empresa desde que a mesma decretou falência.

Em paralelo, Vasco e A-CAP escolheram semana passada a árbitra que fecha a composição da mesa da Arbitragem da Fundação Getúlio Vargas (FGV), orgão que, por contrato, é o responsável por mediar divergências contratuais entre o Vasco e a 777. Trata-se da advogada Paula Andrea Forgioni, que é quem vai presidir a mesa do julgamento envolvendo o clube e a empresa norte-americana.

O voto desta presidente tem peso maior. O Vasco indicou a advogada Ana Tereza Basílio, enquanto a A-CAP escolheu o advogado Maurício Almeida Prado. Em até 90 dias essa corte de arbitragem vai deliberar sobre a validade do contrato entre Vasco e 777 (A-CAP). Caso se decida pela anulação, a Vasco SAF deixará de existir, e o associativo voltará a ter o controle integral do futebol.

E a decisão da corte de arbitragem é importante para o futuro do futebol vascaíno em dois aspectos:

  • 1) Se o Tribunal de Justiça mantiver a liminar concedida em maio, nada muda, e o Vasco segue com o controle do futebol, em busca de um novo investidor;

  • 2) Se o Tribunal de Justiça acatar o pedido da 777, A-CAP passa a controlar o futebol do Vasco, com 70% das ações da Vasco SAF, assim como era antes da batalha judicial.

Vale lembrar que, até o presente momento, a 777 integralizou 31% das ações adquiridas da Vasco SAF. Ou seja, neste momento 69% pertencem à associação, que controla o futebol.

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