Brigando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Corinthians vive novo momento quente nos bastidores do Parque São Jorge. Conselheiros do clube formalizaram nesta segunda-feira (26) um pedido de impeachment em relação à gestão do presidente Augusto Melo.

O documento, assinado por 90 conselheiros independentes que se denominam Movimento Reconstrução SCCP, foi protocolado horas antes da reunião do Conselho de Orientação (CORI), que está marcada para a parte da noite.

“O movimento Reconstrução nada mais é do que uma ação apartidária, que reúne conselheiros independentes de diversos grupos que, sim, têm opiniões diferentes sobre vários temas, mas sabem que nesse momento é preciso deixar essas diferenças de lado e focar no bem maior, que é o Corinthians”, disse Mário Gobbi, ex-presidente do Corinthians e porta-voz do grupo.

“O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organizá-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós”

O documento agora será analisado por Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, que deve encaminhar à Comissão de Ética no prazo de cinco dias.

Augusto Melo teve seu nome levado à Comissão de Ética do Corinthians no início de agosto e será ouvido pelo órgão em investigação sobre possíveis irregularidades no contrato com a VaideBet e a rescisão do vínculo com a Pixbet, ambas ex-patrocinadoras do clube.

Além do presidente, serão convocados Armando Mendonça (2° vice-presidente), Marcelo Mariano (diretor administrativo), Rubens Gomes (ex-diretor de futebol), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun-Ki Lee ex-diretor jurídico) e Fernando Perino (ex-diretor adjunto do departamento jurídico).

O grupo será ouvido pela Comissão de Ética do Corinthians por recomendação da Comissão de Justiça do clube.

“Acharam que há indícios que alguém pode ter infringido regra estatutária”, afirmou Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, após reunião no início do mês.

“Recomendaram para mim que fosse para a Comissão de Ética, acolhi o parecer e encaminhei para a Comissão, que agora tem poder legal para instaurar um procedimento administrativo, apurar tudo o que já foi falado e feito”.

“Para afastar um dirigente eleito, você tem que aprovar um procedimento de impeachment. Esse processo precisa ser votado no Conselho, e aí, antes de ele ser julgado pela Assembleia Geral, fica afastado. Enquanto isso não acontecer, ninguém fica afastado”.

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