A Justiça de São Paulo recusou parte da denúncia feita pelo Ministério Público-SP contra Andrés Sanchez e Roberto Gavioli.

O ex-presidente e o gerente financeiro afastado, respectivamente, do Corinthians, foram acusados por apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário, crimes relacionados aos gastos nos cartões corporativos do clube entre 2018 e 2020.

A juíza da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, Marcia Mayumi Okoda Oshira, negou as acusações de lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.

Ela alegou que a denúncia do MP não abrangia tais casos, mas ressaltou que a ação de apropriação indébita deve continuar sendo investigada. No entanto, essa ação deverá ser encaminhada a uma vara criminal comum.

Apesar de rejeitar parte das acusações, a juíza determinou algumas medidas que Andrés Sanchez e Roberto Gavioli deverão cumprir para a continuidade da investigação. Caso os ex-dirigentes não respeitem a decisão, poderão ser presos preventivamente.

  • Proibição de contato com as testemunhas e com os dirigentes do Corinthians;

  • Proibição de saída do país sem autorização judicial;

  • Bloqueio de bens de Andrés Sanchez e Roberto Gavioli até o limite de R$ 480.169,69 — referente ao valor classificado como “gasto irregular” pelo MP, após os juros e a correção monetária.

A reportagem da Gazeta Esportiva entrou em contato com Andrés Sanchez, que emitiu uma nota oficial sobre a decisão.

“A defesa de Andrés Navarro Sanchez, representada pelo escritório Fernando José da Costa Advogados, considera acertada a rejeição da maior parte da denúncia por ausência de justa causa. Quanto ao ponto remanescente relativo à apropriação indébita, a defesa reafirma que a inocência de Andrés será demonstrada no curso do processo para o juízo competente. O feito tramita sob sigilo por determinação judicial, motivo pelo qual não é possível fornecer detalhes adicionais”.

Relembre a denúncia do Ministério Público

No dia 15 de outubro de 2025, o Ministério Público de São Paulo denunciou Andrés Sanchez e Roberto Gavioli por crimes nos cartões corporativos do Corinthians entre agosto de 2018 e dezembro de 2020.

Por conta dos juros e da correção monetária, o MP cobrou o ressarcimento em mais de R$ 480 mil. Além disso, também exige pagamento de R$ 360 mil (75% do valor total) de cada um, por danos morais e materiais ao Corinthians.

Vale lembrar que o Ministério Público não investiga apenas o mandato de Andrés Sanchez, mas possíveis irregularidades nos outros dois últimos mandatos presidenciais do Corinthians: o de Duílio Monteiro Alves e o de Augusto Melo.

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