A polêmica envolvendo o futuro de Alisson no Atlético-MG foi assunto na coletiva do técnico Cuca depois da vitória sobre o Villa Nova, por 1 a 0, na tarde deste sábado (1), em Nova Lima, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro.
Nos últimos dias, o Atlético-MG recebeu uma oferta de 12 milhões de euros (R$ 72 milhões) do Leicester City e fez uma contraproposta. O clube, que está na zona de rebaixamento da Premier League, recuou e desistiu da negociação.
A postura do Galo irritou o staff de Alisson. Horas antes da partida contra o Villa Nova, a empresa Mazzala Maestro, responsável por gerenciar a carreira do atacante, criticou a diretoria por não apresentar um “projeto claro de desenvolvimento” para o jogador de 19 anos.
Ao ser questionado sobre o assunto, Cuca saiu em defesa do Atlético-MG e criticou a postura do estafe de Alisson, que está defendendo a seleção brasileira no Sul-Americano Sub-20. O contrato do atacante vai até dezembro de 2027.
“Eu vi a nota do empresário, mas as coisas têm que ser mais claras. Não é você chegar e colocar a faca no pescoço do clube e ‘me venda que eu quero sair’. O jogador tem 30%, tem mais 10% que não sei de quem é. Então para o Atlético não são 13 milhões, eu garanto que se fosse 13 milhões para o Atlético, eles venderiam. Foi feita uma proposta quinta-feira, o Atlético tem que ir correndo dizer ‘aceito’. Não deu tempo, e daí? Ele não pode jogar agora e valer 18, 20 no meio do ano? Então vamos com calma”, disse Cuca.
“O jogador é um patrimônio do clube, ele tem todas as condições de ser titular, depende só dele. E acho que o clube tem o direito de fazer o que é melhor para ele, entendeu o clube que não é o melhor momento para ele sair, que ele pode evoluir, jogar mais, ter mais oportunidades, ser um jogador decisivo. Ele tem que acreditar também na potência que tem o Atlético”, completou.
Alisson foi promovido ao profissional do Atlético-MG em 2023. No ano passado, o atacante entrou em campo 35 vezes e marcou três gols, além de contribuir com uma assistência.
Entenda o caso
A empresa Mazzala Maestro divulgou uma nota culpando a diretoria do Atlético-MG pela desistência do Leicester.
“A oferta representava uma oportunidade única para que Alisson Santana ingressasse diretamente na Premier League, a liga mais competitiva e valorizada do mundo. Aos 19 anos, a transferência direta do Brasil para a elite do futebol inglês seria um feito significativo, não apenas para o jogador, mas também para o Atlético, que, além de receber um valor considerável e compatível com o mercado neste momento, ainda manteria um percentual dos direitos econômicos do atleta para futuras negociações, sem contar a valorização de marca do próprio clube no mercado ao lançar um atleta na Primeira Divisão da Inglaterra”, destacou a empresa.
“É importante esclarecer que a desistência do Leicester City se deu pela demora do Atlético Mineiro em responder à proposta. Quando o clube finalmente se manifestou na negociação, o Leicester entendeu que não havia mais tempo hábil para viabilizar a transferência, dada a complexidade do processo e a proximidade do fechamento da janela, que se encerra na próxima segunda-feira (3). Diante disso, o clube inglês optou por retirar a oferta e encerrar as tratativas”, continuou.
“A situação torna-se ainda mais preocupante quando se observa que, até o momento, não há um projeto claro de desenvolvimento para Alisson dentro do próprio Atlético. Dessa forma, além de perder uma oportunidade de negociação extremamente vantajosa, o clube também deixa de proporcionar ao seu maior ativo – frase repetida pela diretoria em inúmeras oportunidades – uma vitrine de grande relevância para sua valorização, considerando a manutenção do percentual pelo clube na transferência”, completou.
Ao chegar no Estádio Castor Cifuentes, Paulo Bracks, que exerce o cargo de CSO (Chief Sports Officer) e é responsável por comandar o futebol da SAF do Atlético-MG, respondeu o estafe de Alisson.
“O projeto está aí. O atleta está na Seleção Brasileira. O projeto, talvez, para eles, é negociar o jogador nas condições que eles entendem. Até porque, eles vazam todas informações, só não da comissão, que, às vezes, é maior do que o jogador. Dessa contraproposta, não houve um aceite da outra parte. Normal. O Atlético não vai confirmar valores, clube. Não vazamos informação. O clube informou que não haveria tempo hábil. E nós entendemos ser uma negociação complexa”, explicou Bracks.
Próximos jogos do Atlético-MG:
Athletic: 04/02, 21h30 (de Brasília) – Campeonato Mineiro
Cruzeiro (F): 09/02, 16h (de Brasília) – Campeonato Mineiro
Itabirito (C): 12/02, 16h (de Brasília) – Campeonato Mineiro