Adversários da semifinal da CONMEBOL Libertadores, Botafogo e Peñarol, que se enfrentam nesta quarta-feira (23), às 21h30 (de Brasília), no Nilton Santos, já decidiram um torneio sul-americano: a Copa Conmebol, em 1993.
Na ocasião, o Alvinegro levou a melhor e ficou com o título continental inédito – o único de sua história – depois de uma verdadeira batalha campal, com direito a gol espírita, pancadaria e até mesmo invasão de vestiário.
A equipe comandada por Carlos Alberto Torres chegou para a final com uma campanha quase perfeita: cinco vitórias em seis partidas, contra Caracas, da Venezuela, Bragantino (muito antes da parceria com a Red Bull) e Atlético-MG. O único revés foi para o Galo, por 3 a 1, no Mineirão. A derrota, no entanto, não eliminou o Botafogo, que venceu por 3 a 0 na volta da semifinal, no Caio Martins.
Após passar pelo time mineiro, os cariocas teriam que superar uma pedreira para levantar o título: o Peñarol, estrelado por Pablo Bengoechea e pentacampeão da Libertadores.
Mesmo considerado favorito para o confronto, o Alvinegro não teve vida fácil. A primeira partida, disputada no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, acabou em empate por 1 a 1 e muita pancadaria dentro e fora dos gramados, como relembrou o artilheiro daquele time.
Desconhecido, Sinval chegou do Novorizontino, time do interior de São Paulo, e vestiu a camisa do clube da Estrela Solitária sem muita expectativa para colocar o nome na história, o que se tornou realidade. Ele anotou oito gols na campanha do título.
Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, o ex-atacante revelou os bastidores depois do apito final do árbitro paraguaio Juan Francisco Escobar, que contaram com fuga e tentativa de arrombamento do vestiário botafoguense.
”Em Montevidéu, nós apanhamos muito! Você não tem ideia… Apagamos dentro e fora de campo. A hora que acabou, que o Perivaldo empatou o jogo, para sair os caras cercaram a entrada do vestiário. Eu pulei para dentro do túnel para não apanhar. Nós fechamos a porta do vestiário e os caras queriam arrombar. Eles trataram a gente de um jeito…”, contou o ex-atleta.
No jogo da volta, novo empate. Após o 2 a 2, que contou com “gol espírita” do artilheiro e empate no fim dos uruguaios, vieram os pênaltis.
Sinval foi o escolhido para bater a primeira penalidade, mas desperdiçou. Na hora, ele pensou que tinha colocado tudo a perder. Só que William ‘Bacana’ brilhou, e o atacante eternizou o nome na história do Botafogo.
”Eu não queria bater pênaltis. Não queria. O Carlos Alberto dizia: ‘Não, você é minha referência, você é meu batedor oficial. Você tem que bater’. Aí eu fui o primeiro a bater e errei. Naquele momento queria encontrar um buraco para entrar dentro e sumir. Aí, graças a Deus, o André, o Suélio, Perivaldo, o próprio William (Bacana), me salvaram”, afirmou.
Agora, diferentemente do que aconteceu há 31 anos, o Botafogo vai decidir a classificação fora de casa. O primeiro capítulo dessa história, porém, começa a ser escrito nesta quarta-feira, no Nilton Santos.
Próximos jogos do Botafogo:
Peñarol (C) – 23/10, 21h30 (de Brasília) – CONMEBOL Libertadores
Red Bull Bragantino (F) – 26/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão
Peñarol (F) – 30/10, 21h30 (de Brasília) – CONMEBOL Libertadores