O Buffalo Bills é um dos times mais quentes até aqui na temporada da NFL, com três vitórias convincentes nas três rodadas disputadas. O teste deste domingo (29) talvez seja o mais difícil até aqui, já que enfrenta o Baltimore Ravens, fora de casa, no Sunday Night Football. O duelo terá transmissão do Disney+ a partir de 21h20 (de Brasília).
E por mais que Josh Allen já tenha lançado para sete touchdowns na temporada e desponte como favorito para o título de MVP, um dos jogadores mais saudados pelos torcedores até aqui tem sido outro: Mack Hollins.
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O wide receiver, que já passou também por Philadelphia Eagles, Miami Dolphins, Las Vegas Raiders e Atlanta Falcons, nunca foi a primeira opção de ataque de seu time ao longo de seus anos na NFL, mas sempre foi uma ameaça confiável e produtiva. Ao longo da carreira, ele anotou 11 touchdowns, o último na estreia oficial pelos Bills, na vitória para cima do Arizona Cardinals.
Mas ele é bem mais do que apenas um jogador útil. Ele rapidamente se tornou muito querido entre seus companheiros de equipe. Sua ética de trabalho e também o jeito peculiar o tornaram muito popular no vestiário, e Hollins abraça sua própria loucura:
“Em todos os times em que estive, sempre perguntaram: ‘Quem é o cara mais estranho?’ e todos disseram Mack”, se divertiu, em entrevista.
Por esse jeito de ser, ele é conhecido como o “Tarzan da vida real”, já que gosta de um estilo de vida, digamos, de “homem selvagem”. Uma dessas preferências é não usar sapatos – ou como ele descreve, “prisões de pés”.
“Sapatos são ferramentas. Você não fica andando com um martelo só porque você tem que pregar alguma coisa de vez em quando. Por que você tem que andar de sapato só porque pode pisar em algo?”.
Joe Brady, coordenador ofensivo dos Bills, descreveu em entrevista coletiva a boa relação com o atleta.
“Provavelmente é uma das pessoas que eu mais gosto. Estou ficando melhor por causa dele, comecei a andar descalço. Quando você olha para o lado durante os treinos, vê outras dez pessoas com os pés descalços, mas isso meio que fala sobre quem ele é. Os caras querem segui-lo”.
Mas esse “jeito de ser” tem uma explicação. Quando mais jovem, Mack Hollins sofreu uma lesão na virilha e precisou procurar terapias musculares que o fizeram mudar de vida.
“Neste momento, eu não podia andar. Eles me ajudaram a recuperar, claro, com alguns trabalhos corporais e treinamentos. Mas andar descalço é coisa deles. Então, pelos dois ou três anos seguintes, eu só treinei descalço. Dois ou três anos depois, eu só pensei, qual o ponto? Nos livramos dos sapatos”.
Assim como Joe Brady, outros membros dos Bills também estão “abandonando” os sapatos. E o atleta se diverte com isso: “Eles estão se livrando dos sapatos lentamente, achavam louco o que eu faço, e depois de quatro ou cinco dias de treinos, com os seus pés machucados, eles tiram os sapatos e sentem como melhoram. Por que esperar o dia 5? Por que esperar o seu pé ficar doendo para mudar? Por que não tirar os sapatos quando você vai para casa? Você os tira e se sente confortável. Você pode não utilizá-los. Então apenas faça isso. Por causa disso agora temos 30 atletas andando descalços por aí”.
Essa não é a única excentricidade do wide receiver, que já declarou que se recusa a cortar o cabelo e tem certo “problema” com gatos.
“Gatos pequenos vão roubas suas almas. Nunca os tenha por perto. Se for um gato doméstico, ele roubará sua alma”.
Seus modos alimentares também são peculiares, já que ele não come vegetais há mais de três anos, e não costuma utilizar talheres para comer. De acordo com ele, isso pode ser prejudicial para a saúde.
“O que aconteceu que as pessoas disseram que você tem que começar a usar talheres? Suas mãos vão ajudar você a digerir porque seu corpo sabe o que está chegando, suas mãos vão sentir a temperatura da comida para que você possa entender melhor o que vai ser antes de entrar na sua boca para que você não queime sua língua ou seus lábios, e você está mais consciente de lavar suas mãos. As pessoas dizem ‘Está sujo’. Não, não é porque eu sei que vou comer com minhas mãos, então eu tenho que lavá-las. Não são todos que lavam suas mãos (ao sair) do banheiro, muito menos antes de comer”.
Mas se tudo isso parece loucura para muita gente, isso faz total sentido para ele: “Nada que eu faça é só para me divertir ou algo parecido. É apenas um propósito”.