Logo após a vitória por 1 a 0 do Vasco para cima do Cuiabá, em São Januário, em jogo atrasado da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, o clube carioca publicou uma carta aberta assinada pelo presidente Pedrinho e por Carlos Amodeo, presidente da SAF, a respeito da abertura de um processo formal para equacionar as dívidas que têm com os credores.

No documento, o Vasco fala que vive um “cenário previsível” e de “iminente caos” depois que a 777 Partners, holding que havia adquirido a SAF do clube, ser afastada do comando da instituição. A ideia é renegociar as dívidas para dar fôlego financeiro ao Vasco nos próximos meses.

A condução das negociações ficará a cargo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Além da publicação da carta e do convite aos credores para as renegociações, o Vasco entrou com uma Medida Cautelar para não ser alvo de ações de penhoras “que possam atrapalhar ou criar obstáculos ao processo de reestruturação”, diz um trecho da carta.

O clube destaca ainda na carta que este será um “passo importante de uma longa jornada de reorganização do clube, não podemos afirmar que ela será uma solução imediata”, citando ainda “sacrifícios” futuros para que a instituição se recupere financeiramente.

Leia abaixo a carta aberta:

“Vascaíno,

Hoje, escrevemos a você para compartilhar um momento importante na história do Vasco da Gama.

A partir da decisão judicial que afastou o ex-sócio majoritário da Vasco SAF, para proteger o patrimônio e os interesses do Clube, nos deparamos com um cenário previsível e iminente de caos, fruto de atos abusivos e temerários praticados pelo ex-sócio e respectivos administradores da Vasco SAF até então.

Em face da grave situação financeira na qual o Vasco se encontra, nos últimos meses, iniciamos um amplo projeto de reestruturação, cujos primeiros resultados são perceptíveis.

Firmes no compromisso de transparência e, principalmente, no propósito de garantir o futuro do Vasco da Gama, instauramos um processo formal de mediação junto aos nossos credores, conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Esta mediação visa buscar soluções ordenadas, negociadas e estruturadas de equacionamento da atual dívida do clube.

Para termos estabilidade neste processo de mediação, ingressamos com uma Medida Cautelar para proteger o Vasco de eventuais ações, tais como penhoras, que possam atrapalhar ou criar obstáculos ao processo de reestruturação.

No Vasco, a reestruturação foi evitada em muitos momentos, seja por sua natureza impopular ou pela dificuldade de enfrentar a realidade, mas devido a nossa responsabilidade, iremos encarar este desafio para buscar a sustentabilidade e competitividade do Vasco da Gama no longo prazo.

É importante destacar que, embora a mediação seja um passo importante de uma longa jornada de reorganização do clube, não podemos afirmar que ela será uma solução imediata para todos os problemas do Vasco.

Esta reestruturação será uma desafiadora jornada, que envolverá sacrifícios, mas que criará condições para um futuro melhor e sustentável para o Vasco.

Sabemos que, nos momentos mais difíceis, você, vascaíno, nunca deixou de apoiar o Clube. Durante anos, foi a sua dedicação que carregou o Vasco adiante, mantendo nossa história viva e a paixão sempre acesa.

E, neste momento, contamos com seu apoio mais do que nunca. A sua confiança é fundamental.

Pedrinho Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama

Carlos Amodeo CEO da Vasco SAF”

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