Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18), prévia ao jogo contra o Uruguai, pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2026, o técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, fez um balanço de seu trabalho até agora e admitiu que não está totalmente feliz com o que foi feito até o momento.

O treinador afirmou que seu início foi “promissor”, mas que acabou travado pela campanha ruim na Copa América e pela pressão deixava pelo fracasso do trabalho de Fernando Diniz, que deixou a seleção em situação calamitosa nas eliminatórias.

De acordo com Dorival, a equipe canarinho “evoluiu muito” desde que ele assumiu o cargo, mas o comandante salientou que ainda quer “resultados melhores”.

“(Comandar a seleção brasileira) Não é um trabalho simples, pelo aquilo que propusemos desde o início, a montagem de um grupo, com jogadores que participaram da Copa (do Mundo 2022), mas atuando pouco. Tivemos uma geração que acabou finalizada com essa Copa (do Qatar) e, naturalmente, perdemos jogadores muito importantes”, iniciou.

“De modo geral, acho que o início foi promissor, mas a Copa América foi uma competição diferente de tudo que acompanhamos em outros países, desde metragem de campo e uma série de fatores… E (também atrapalhou) a própria situação que estávamos na tabela (das eliminatórias) em relação à Copa”, seguiu.

“Não era e não é situação cômoda, é projeto que vem acontecendo. Tanto técnica como taticamente equipe evoluiu muito nesse trabalho. Resultados precisam ser melhores, reconheço isso, é um processo de recuperação que vem acontecendo, acredito que ainda teremos coisas muito melhores para acontecer”, assegurou.

“A equipe vem dando resposta muito boa em vários aspectos e tentando encontrar melhores resultados em outras. Feliz eu não estou, poderíamos estar bem melhores, mas por tudo aquilo que foi falado e vivido, acho que equipe cresceu muito e tem possibilidade de melhora muito grande”, ressaltou.

“Estamos começando a encontrar nomes importantes que vêm assumindo papel de protagonismo. Isso demanda tempo, trabalho e repetição. (Seleção) É trabalho diferente de clubes, mas não tenho dúvidas que vamos encontrar resultados”, exaltou.

“Fase classificatória é difícil para todo mundo. Equipes sul-americanas melhoraram. Pegamos escalação de equipe qualquer e vemos que temos vários jogadores distribuídos em várias equipes do mundo, são jogadores de outro nível, temos que acelerar nosso processo, mas está dentro de conformidade, mas precisamos de resultados quase que imediatos, na nossa área ainda mais”, complementou.

Dorival também salientou que ele mesmo vem tendo que se acostumar aos poucos às diferenças entre trabalhar em clubes, o que ele fez durante toda a sua carreira de técnico, e na seleção, com períodos muito limitados para treinos.

“Tudo é processo de conhecimento. Nós ministrávamos trabalhos muito próximos daquilo que fazíamos em clube. Hoje, aceleramos um pouco. A abordagem é um pouco diferente, as abordagens, amostragens, o desenvolvimento do trabalho, muito mais dinâmico agora, mais curtos. Repetições um pouco mais específicas em relação ao que queremos”, explicou.

“O entendimento deles é muito bom, o que precisa agora é acelerar, criando processo para cada partida. Você observa como é o posicionamento das linhas adversárias, dos homens de meio, como são as funções dos atacantes, se baixam muito para marcação. Com tudo isso você cria trabalhos para que existam essas infiltrações e penetrações”, acrescentou.

“Isso tudo é trabalho um pouco mais direto. Não fica aquele trabalho abrangente, de estruturar equipe, você especifica, busca correções mais pontuais. Acho que foi a grande mudança depois da Copa América. Começou a gerar situação um pouco mais próxima do que precisamos”, observou.

“Além do que eu falei, as três apresentações depois da Copa América, foram mais próximas, nos deram possibilidade de melhorarmos tudo isso, entendimento também, e manutenção de pequena estrutura que está fazendo com que todos tenham entendimento mais direto e simples do que vem sendo colocado”, finalizou.

Brasil e Uruguai se enfrentam nesta terça-feira (19), às 21h45 (de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela 12ª rodada das eliminatórias sul-americanas.

A seleção canarinho está em lugar da tabela, com 17 pontos, enquanto a Celeste ocupa a colocação, com 19.

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