Dois gols em dez jogos. Para muitos jogadores, parece uma estatística qualquer. Só que, para um zagueiro, a história é bem diferente – como sabe Gabriel Magalhães.

Titular da seleção brasileira e protagonista do Arsenal, o brasileiro extrapola as funções defensivas básicas que tem para ajudar no ataque, algo que gosta de fazer desde garoto, quando ser zagueiro nem passava pela cabeça.

“Quando eu era pequeno, eu jogava no ataque. Sempre gostei de fazer gol”, contou o camisa 6 dos Gunners, em entrevista à ESPN. “Mas depois, na minha carreira de profissional, eu não fiz tantos gols nos clubes que passei. Aqui no Arsenal está sendo um momento muito bom para mim. Fico feliz de poder marcar e ajudar”.

Não foram quaisquer gols, diga-se de passagem. Na atual temporada, Gabriel decidiu o dérbi de Londres contra o Tottenham e também anotou o da virada sobre o Manchester City, partida que mais tarde terminaria empatada.

Em ambos os lances, o zagueiro brasileiro se aproveitou de cobranças de escanteio de Bukayo Saka, em uma jogada ensaiada que tem se tornado terror dos adversários. Que se cuide o Bournemouth, adversário deste sábado (19), às 13h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo do Disney+ Premium.

“Não posso falar muito, né?”, brinca Gabriel, sobre o treino de bolas paradas do Arsenal. “Toda semana nós trabalhamos bola parada, porque sabemos que é muito importante dentro do jogo. Às vezes não temos muito tempo, mas o pouco que temos, se não é no campo, é com vídeos”.

Gabriel tem sido o responsável por finalizar as jogadas, mas não assume o mérito inteiro para si.

“Acho que tudo é uma preparação. As pessoas, às vezes, só veem que o Gabriel fez o gol, mas não veem o que os outros jogadores fazem também. Eu acho que, primeiro de tudo, quem está cruzando a bola. É um trabalho de toda a equipe”, falou o brasileiro, sem se esquecer de outro corresponsável pelo sucesso: Mikel Arteta.

O jovem técnico espanhol que simplesmente revolucionou o clube e que foi responsável pela chegada de Gabriel Magalhães ao Emirates Stadium, anos atrás. O zagueiro não esquece disso e garante que o técnico tem uma importância grande para o seu momento no Arsenal, desde os ajustes dentro de campo à mudança de hábitos fora dele.

“Fico muito feliz pela minha evolução, tanto mentalmente, questões de concentração, fisicamente. Não é só dentro de campo. A questão familiar me ajudou muito”, contou o camisa 6.

“São várias coisas envolvidas: meu foco em alimentação, dormir bem. Fico feliz de saber que estou colhendo frutos de coisas que eu abri mão, que gostava muito de fazer, como jogar videogame até tarde, ficar conversando com meus amigos. De uns tempos para cá, mudei muita coisa”, continuou Gabriel.

“Em um clube como o Arsenal, tenho que ter essa mentalidade. O que me ajudou muito foi o Mikel, que conversou muito comigo. Depois que minha filha nasceu, as coisas mudaram em casa também”.