Tite foi oficialmente demitido na manhã desta segunda-feira (30) e não é mais o técnico do Flamengo. A troca de comando da equipe na reta final da temporada 2024 chamou atenção de muita gente, também pelo fato dela ter acontecido poucas horas após uma vitória e bem pouco tempo antes do início da decisão da vaga na final na Copa do Brasil.

Um dos que comentou sobre o assunto foi Galvão Bueno. O histórico narrador, que costuma falar sobre assuntos relacionados ao futebol em suas redes sociais, analisou a situação e criticou a forma como foi tomada a decisão pela saída de Tite.

“Hoje fiquei sabendo que a casa já tinha caído, que Landim e Braz já tinham decidido pela saída de mais um técnico. Aí avisaram o Tite às 7h30. Não se faz assim. Tem que se respeitar. O trabalho não foi bom dentro daquilo que se esperava, não desenvolveu, estava mal, mas é um técnico de prestígio, com duas Copas do Mundo. Não é assim que se faz. Acho até que o Tite já estava esperando, porque o posicionamento dele na coletiva (de ontem)… Ele não conseguia falar, ele se segurou…”

Galvão seguiu seu raciocínio questionando o “extracampo” do Flamengo: “Quero lembrar uma coisa que essa direção fez nos últimos anos, de 2020 pra cá: sete técnicos depois do Jorge Jesus. R$ 55 milhões em indenizações. A torcida reclama e sempre reclamou. Todas as torcidas fazem isso. Será que o dirigente não tem equilíbrio emocional para tentar levar da melhor forma? Quando eles fizeram aquele ‘papelão’ com o Dorival, que ficou sabendo pela imprensa que não iria renovar contrato com o Flamengo, fez um vídeo que deu milhões e milhões de visualizações, eu dizia assim: ‘eles têm a caneta’. Não defendo a presença do Tite não. Acho que ele deveria ter saído, mas de uma forma mais natural, até o fim do ano, vamos embora. Ou espera o jogo de quarta-feira (decisão contra o Corinthians, na Copa do Brasil). Não é assim. Isso é respeita para a eleição que vem aí. Mas naquele caso do Dorival… Eu dizia: ‘eles têm a caneta’, mas quem é que vai demiti-los? O Landim e o Braz já deveriam estar fora do Flamengo faz tempo.”

O narrador indagou até mesmo o que acontecerá com o Flamengo após as eleições do clube, marcadas para o dia 9 de dezembro:

“Então vem a eleição agora, vários candidatos, os favoritos Dunshee e Bap. O Bap era do grupo do Landim, se desentendeu, é um cara atirado, às vezes fala mais do que deve, às vezes é mais grosso do que deveria. Do outro lado, o Dunshee, advogado. Mas fiquei sabendo que se o Dunshee ganhar, o Landim será CEO. Então não muda nada. O problema do Flamengo, mais que o técnico, mais do que os jogadores em campo, e têm jogadores fora de forma… O Flamengo tem seus problemas sim, mas a direção do Flamengo comete erros atrás de erros. SETE técnicos demitidos depois do Jesus. 55 milhões em indenizações. É correto o trabalho de uma diretoria como essa? Vamos ver o que vai acontecer na quarta-feira… Esperava mais do Tite, o trabalho não era bom, o time está muito mal, vem de resultados negativos, mas não é assim, dessa forma, na madrugada, que se demite um técnico profissional do nível do Tite.”

Já sem Tite, o Flamengo agora se prepara para a reta final da temporada sob o comando de Filipe Luís, ex-lateral, que comandava o time sub-20 nos últimos meses. Ele foi efetivado como o treinador da equipe principal até o fim da temporada. Seu primeiro desafio é já na próxima quarta-feira (2), dia em que o Rubro-Negro recebe o Corinthians no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. De acordo com Galvão, que seja o início de uma trajetória que tem tudo para ser bastante vitoriosa:

“Para o Filipe Luís, eu só posso desejar boa sorte. Só pode ser contratado como interino, porque em 1º de janeiro vamos ter um novo presidente, que dará ou não sequência a essa atual diretoria. Como vai se buscar um grande nome e fazer um contrato de tantos anos? Felipe Luís, você vai ser um grande técnico. Tomara que comece bem. Os jogadores te respeitam, gostam de você. Boa sorte, mas está tudo atrapalhado.”

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