Marcada para acontecer somente no dia 4 de dezembro, a partida entre Cruzeiro e Palmeiras gera preocupação para as autoridades de segurança de Minas Gerais por conta dos recentes conflitos entre torcedores organizados das duas equipes.

Com isso, haverá uma “operação diferenciada” para o duelo, válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. A afirmação do planejamento foi feita por Mateus Simões (Novo/MG), governador em exercício do Estado de Minas Gerais, em coletiva nesta quinta-feira (14).

“Nós vamos ter uma operação específica parar Cruzeiro x Palmeiras. Nossa impressão é de que não há tempo para ter a solução definitiva para este jogo. Mas que nós vamos ter uma operação diferenciada para este jogo, não tenha dúvida nenhuma”, iniciou.

Apesar de todo o planejamento policial para a partida, por conta dos recentes conflitos, o governador sugeriu que o duelo tenha torcida única.

“Mas nós teremos um esquema especial de segurança. Só não vamos tratar deste jogo com se fosse a solução definitiva. Para ele vamos ter uma operação especial considerando os problemas que nós passamos, especialmente porque, é bom lembrar – este jogo tem um agravante, que foi o que aconteceu com a torcida do Cruzeiro”.

“Então eu acho inclusive que deveríamos conversar com muita seriedade sobre a possibilidade de presença da torcida adversária dentro deste jogo um jogo que tem todos os sinais de jogo de risco elevado. Esta decisão não é nossa”.

“Mas eu insto aqui os responsáveis para que avaliem com muito cuidado o tipo de risco que estão submetendo à população quando permitem num jogo com morte acontecida há menos de trinta dias, torcidas mistas dentro de um estádio”.

No dia 27 de outubro, a “Mancha Verde”, uniformizada do Palmeiras, e a “Máfia Azul”, do Cruzeiro, entraram em confronto na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, em São Paulo.

De acordo com informações do portal “G1”, cerca de 150 pessoas se envolveram na briga. Todos os feridos foram torcedores do Cruzeiro. Um ônibus da “Máfia Azul” foi incendiado, enquanto o outro teve os vidros quebrados. Em 2022, também houve um confronto entre as duas torcidas.

Na época, o ocorrido foi na BR-381, em Carmópolis de Minas. Dez palmeirenses ficaram feridos em confusão que teve até mesmo torcedores atingidos por tiros.

Ainda na coletiva, o político fez duras críticas aos torcedores e disse que sente “profundamente” ter que organizar contingente policiais para a manutenção da ordem na cidade em dias de jogos com alto teor de risco.

“Agora, falo com sofrimento. O que nós gastamos já para garantir a segurança deste jogo, com o tipo de problema que nós tivemos, é inclusive um crime de lesa ao estado. Nós mobilizamos mil homens no dia do jogo (Atlético-MG x Flamengo). Nós escoltamos 28 ônibus do Flamengo desde a divisa do Estado até o campo e depois, do campo até a divisa do Estado”.

“Então, lá vamos nós de novo para mais uma rodada de operação de guerra sem financiamento. Isso me incomoda profundamente como gestor público. A gente gere um Estado com dificuldades e restrições orçamentárias”.

“A gente tem que dispender um volume de esforço humano e financeiro que nós estamos tendo que dispender para controlar um problema provocado por quem não sabe se comportar, é um negócio que me dói, sabe? Profundamente”, finalizou.