Se não bastasse uma, duas semifinais da Copa do Brasil foram decididas nos pênaltis, momento em que os mais experientes e vividos costumam brilhar – ainda mais se são Cássio e Fábio, dois dos maiores pegadores que o país teve na última década.

Acontece que, por melhores que sejam os goleiros de Cruzeiro e Fluminense, nem sempre é possível vencer. Ainda mais quando a nova geração, ilustrada por Hugo Souza e Léo Jardim, tem tanta qualidade quanto a velha guarda na hora das penalidades máximas.

O domingo foi dos mais jovens. Em um Corinthians x Cruzeiro cheio de tensão, Cássio começou voando para abafar o chute de Yuri Alberto. Os corintianos, aflitos, tiveram que roer as unhas até o último pênalti, quando Hugo cresceu para cima de Gabigol e igualou a disputa.

Cheio de moral, o camisa 1 alvinegro repetiu a dose com Walace e deixou Breno Bidon em situação confortável para colocar o Corinthians na final e deixar Cássio, dessa vez, como coadjuvante em uma disputa de pênaltis na Neo Química Arena.

“Tem que respeitar muito a história do Cássio. É um cara fenomenal, com uma história incrível no clube, entre os maiores ídolos. Mas hoje eu estou muito feliz pelo meu momento, construindo minha história dia após dia, passo a passo”, discursou Hugo, ainda no gramado. “Não quero ser comparado a ninguém, só quero ser o Hugo, fazer minha história no clube”.

Horas depois, a cena se repetiu, embora os personagens tenham mudado. Após vitória do Fluminense no tempo normal contra o Vasco, Fábio abriu a disputa de pênaltis com defesa em chute de Vegetti, o que obrigou Léo Jardim a aparecer.

John Kennedy e Canobbio pagaram o pato e tiveram que ver o goleiro cruzmaltino se agigantar para colocar o time de São Januário em uma final de Copa do Brasil, a terceira na história, mas a primeira desde o título de 2011.

“O Fábio é um grande goleiro, sou um grande admirador do trabalho e da pessoa dele. Sou fã. Poder participar de uma disputa de pênaltis contra ele é uma honra, um privilégio. Procuro trabalhar muito para me colocar no nível dele”, falou Jardim, de maneira humilde, sobre o rival nesta noite histórica.

Lobby por seleção

Ir tão bem em uma noite como essa logicamente coloca os goleiros de Corinthians e Vasco em evidência. Ambos, inclusive, ganharam pedidos públicos por seleção brasileira, cinco meses antes de Carlo Ancelotti anunciar a lista final dos convocados para a Copa do Mundo de 2026.

“Léo [Jardim] é um jogador fundamental, cada vez mais identificado com a torcida do Vasco. É na minha opinião um dos goleiros postulantes a disputar a Copa do Mundo. Léo reúne requisitos que o colocam na linha de um goleiro convocado para disputar a Copa”, elogiou o “chefe” Fernando Diniz.

“Hugo é um cara diferenciado, um dos grandes goleiros do Brasil nesse momento. Com certeza terá um futuro brilhante pela frente. Conheço o Hugo há anos, sei da capacidade e qualidades que possui. É um jogador de seleção, não por acaso. Torcedor se sente muito bem representado em momento como esse, com um goleiro desse nível”, exaltou Dorival Júnior, o outro comandante.