O brasileiro João Fonseca, de 18 anos, vive a expectativa para estrear no Australian Open. A jovem sensação do tênis nacional vai encarar o russo Andrey Rublev, em partida que deve acontecer na madrugada de segunda para terça-feira (14), ainda sem horário definido. O primeiro dos quatro Grand Slams da temporada terá transmissão de todas as quadras pela ESPN no Disney+ Premium. Mesmo com o mundo do esporte de olho, o carioca prega calma e quer “jogar sem pressão”.
“Estou vindo de bons jogos, bons resultados, furando quali, fazendo ótimos jogos contra jogadores difíceis, vindo de 13 partidas seguidas ganhando. Então estou confiante, mas ao mesmo tempo sabendo que tem um grande desafio pela frente: Rublev. Eu já treinei com ele uma vez e sei o potencial dele, todo mundo sabe o potencial dele, e mais uma vez eu vou tentar tirar um pouco ali da parte de ‘azarão’, que eu sou meio que o azarão”, disse.
“Vou estar jogando sem pressão e ver como é que vai ser. Vai ser minha primeira partida de cinco sets, então me preparando fisicamente e mentalmente para essa partida, mas confiante também e sei que posso ganhar”, completou.
Fonseca conseguiu a oportunidade de jogar na chave principal do Australian Open depois de furar o quali. Ele também já conseguiu o título do Next Gen ATP Finals, no ano passado, e do Challenger de Camberra.
“Eu acho que, como vai ser contra o Rublev, pode ser que tenha uma quadra maior, o estádio talvez e, bom, para mim é um pouco diferente, ele já está acostumado. Mas, assim, ser um pouco de azarão, tirar um pouco a pressão do meu lado é importante nesse momento. Jogar o meu jogo. Obviamente eu quero ganhar, mas meio que, bom, se eu ganhar, ótimo, mas também, se eu não ganhar, eu vou dar meu melhor fazendo o esporte que eu adoro, que eu amo”, pontuou.
“Acho que tem que curtir a oportunidade, tem que curtir a oportunidade de estar jogando no Australian Open, primeira chave principal, contra o Rublev, com vários brasileiros torcendo, então tirar proveito disso e dar meu melhor”, seguiu.
Elogio de Djokovic
O “Fonsequismo” está se espalhando pelo mundo do tênis. Não são apenas os brasileiros que estão empolgados com o desempenho que o jovem está apresentando. Ele, inclusive, se juntou a Sinner, Frances Tiafoe e Guillermo Coria como os únicos tenistas com menos de 20 anos a aplicarem mais de um “pneu” em um quali de Grand Slam desde 2000.
De todos elogios que recebeu e tem recebido, o que mais chamou atenção foi de ninguém mais, ninguém menos, que Novak Djokovic.
“Tem elogios, tem algumas pessoas que até fazem comparações. Eu não gosto tanto de comparações, até o pessoal fazendo comparações, acho que cada um tem seu tempo e cada um tem seu momento, cada um tem sua história. Mas uma coisa que eu senti muito legal, que deu uma repercussão muito grande ano passado, foi quando o Djokovic falou de mim, uma honra inexplicável. Passar por ele assim no vestiário é uma aura que até dá uma tremida assim e você meio que trava: ‘Caraca, o Djokovic aqui'”, disse, recordando que o sérvio disse que “o jogo dele lembra o meu”.
“Quando ele falou de mim, eu fiquei: ‘Caraca, acho que eu tenho um caminho legal nesse esporte, pode ser que eu faça coisas boas’. E, bom, com certeza tem muitos outros, mas esse foi o primeiro que eu pensei e falei: ‘Caramba, que legal’. Espero trabalhar, estar com o pé no chão, e seguir fazendo coisas legais no esporte”, concluiu.