No dia seguinte à perda da CONMEBOL Recopa para o Racing, John Textor, dono da SAF do Botafogo, voltou a falar com a imprensa. Desta vez na coletiva de apresentação de Renato Paiva, novo técnico do clube carioca.

E uma das perguntas feitas ao empresário norte-americano foi sobre os protestos da torcida durante a partida no Nilton Santos. E com críticas que citavam desde o planejamento para a temporada à demora para a contratação de um novo treinador após a saída de Artur Jorge. E textor rebateu.

“Fiquei chocado com alguns protestos, porque me atingem pessoalmente. É realmente patético que eu tenha sentimentos de ódio agora. Existe uma porcentagem de todos nós, humanos, que ficamos emocionais e atingimos com o limite da emoção. Mas isso não me afeta, eu não ligo. Eu me importo com as pessoas. Obviamente fizemos coisas boas por este clube. Nunca quero repreender esse tipo de protesto, mas é desapontante e patético ver pessoas ontem, como mulheres e crianças, olhando para mim ontem e fazendo gestos horríveis com as mãos. Sei que a maioria da torcida entende nosso projeto e nunca é possível agradar a perfeição. A minoria revoltada será sempre a minoria revoltada, mas eu nunca pediria aos seguranças do clube para oprimissem isso”, começou por dizer.

“Se eu chegasse aqui em 2021 e fizesse uma proposta a todos os torcedores, dizendo que eu daria quatro títulos ao Botafogo em um prazo de 15 anos, eles me dariam tudo para que eu assumisse o clube. E aqui estamos. Todos têm razão de ficar bravos, mas não razão racional para se comportar assim, de mandar uma carta aberta como fez a Torcida Jovem. Todos da família Botafogo implorariam para ter um ano como tivemos, acima do Flamengo e outros grandes clubes. Nós entregamos isso”, prosseguiu.

Textor ainda comparou o elenco que o Botafogo tinha em fevereiro de 2024, antes das conquistas da CONMEBOL Libertadores e Brasileirão, com o atual, na mesmo época do ano.

“Não acho que é possível superar o ano passado, com os dois títulos que conquistamos. Acredito que nosso time hoje é mais forte do que o que tínhamos em fevereiro de 2024. Temos que lembrar que o time do ano passado foi construído em duas janelas, onde fortalecemos nossas fraquezas com grandes contratações. Ainda que tenhamos perdido a possibilidade de contratar um jogador ontem (Wesley, ex-Corinthians), me sinto muito satisfeito com a janela de transferências. Agora é um assunto para junho e julho”, disse.

“Temos que nos preparar para 75 jogos, porque esperamos ir até o final em todos os campeonatos. Fiquei muito feliz com Artur ontem, com Matheus Martins. Jeffinho me parece descansado agora, ainda não o vimos muito. Para jogar 75 jogos, precisamos ter basicamente duas escalações, mais do que é preciso na Premier League. Jogamos 38 partidas no Crystal Palace e aqui temos que nos preparar para 75”.

Por último, o mandatário da SAF alvinegra ainda falou sobre as escolhas feitas visando o planejamento de 2025 e mandou novamente um recado aos torcedores, afirmando que está tentando mudar a “cultura” do Glorioso: de perdedora, para vencedora.

“Fico mal pelos torcedores, mas tomei uma decisão de fazer algo diferente, porque acredito que vale a pena. Estamos tentando entender como nos tornar uma equipe estabelecida. Flamengo já é, Palmeiras também. Eles têm grandes categorias de base, podem revelar Endrick e Estêvão. Nós não temos isso ainda. Nossa torcida precisa aprender, na minha opinião, a balancear o lado bom e o lado ruim. Os dias que vivemos agora são muito mais gloriosos do que os últimos 35 anos. Nós somos campeões da Libertadores, mas ainda não somos um time sustentável”, afirmou.

“A torcida pensa assim: nós acabamos de ganhar a Libertadores e o Brasileirão, mas temos que bater o Flamengo e o Vasco. Aí algum idiota em São Paulo diz que nosso clube está caindo e nossa torcida acredita. Parem com isso! Eu estou tentando mudar a cultura do Botafogo, de uma cultura perdedora para uma vencedora. A carta que recebi da Torcida Jovem é parte de uma cultura perdedora. Nós somos, até novembro e dezembro de 2025, os atuais campeões sul-americanos e brasileiros. Se os rivais tiram sarro, lembrem a eles que somos nós que estamos segurando a taça”.

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