Uma possível volta de Neymar ao Santos tem sido constantemente especulada. O presidente do Peixe, Marcelo Teixeira, adota cautela ao tratar do assunto, mas não descarta a possibilidade de ter o craque na Vila Belmiro em 2025. O retorno de um ídolo não seria algo inédito – pelo contrário. São vários exemplos no futebol brasileiro. Alguns deram muito certo; outros, nem tanto.
A ESPN separou dez casos. Na lista, tem jogador que retornou ao clube de infância para vencer a CONMEBOL Libertadores, campeão brasileiro e mais. Por outro lado, algumas passagens frustrantes, até mesmo com rebaixamento à Série B.
Quem fez sucesso:
Raí é um dos grandes ídolos da história do São Paulo. Chegou ao clube em 1987 e conquistou duas edições de Libertadores, em 1992 e 1993, o Mundial de 1992, o Brasileirão de 1991 e três Campeonatos Paulistas antes de deixar a equipe rumo ao PSG, no meio de 1993.
Depois de se destacar e brilhar no futebol francês, voltou ao São Paulo em maio de 1998. A reestreia não poderia ser melhor. Logo no primeiro jogo, comandou a vitória da equipe por 3 a 1 sobre o Corinthians, com um gol e uma assistência na partida que rendeu o título paulista. Vale destacar que o São Paulo havia perdido o jogo de ida, ainda sem Raí, por 2 a 1. Ele ainda venceu o estadual em 2000 antes de se aposentar.
Adriano é mais um caso de ídolo que retornou ao clube de formação. O atacante foi revelado pelo Flamengo em 2000 e pouco mais de um ano depois foi para o futebol italiano, passando por Inter de Milão, onde virou o Imperador, Fiorentina e Parma. Ao deixar a Itália, voltou ao Brasil rumo ao São Paulo. Depois, porém, desembarcou na equipe flamenguista para fazer história.
O atleta foi um dos destaques do Rubro-Negro no título do Brasileirão de 2009, uma conquista que não acontecia havia 17 anos. A passagem foi rápida, terminou no meio de 2010, mas ficou marcada nos corações dos torcedores. Ele ainda teve outra passagem em 2012, por três meses, mas não chegou a entrar em campo.
Sóbis foi revelado pelo Internacional em 2004. Foi bicampeão gaúcho e conquistou a Libertadores de 2006, a primeira do clube, fazendo os dois gols da vitória por 2 a 1 no duelo de ida, contra o São Paulo, no Morumbis.
O atacante foi para o Betis, da Espanha, e não ficou para o Mundial. Em julho de 2010, porém, voltou para colocar ainda mais o nome na história colorada. Ele ajudou no bicampeonato continental, com gol no jogo de volta da decisão contra o Chivas Guadalajara. Foi o primeiro do Inter na vitória por 3 a 2.
Dudu é o primeiro da lista que não surgiu na equipe para a qual retornou, mas também é um ídolo histórico. O “Baixola” chegou ao Palmeiras em 2015 e virou símbolo da reconstrução do clube, que depois de anos de vacas magras conquistou a Copa do Brasil (2015), o Brasileirão (2016 e 2018) e o Paulistão (2022).
Deixou o clube em 2020 por empréstimo para o Al Duhail, do Catar. Enquanto esteve fora, o time foi campeão da Libertadores – ele havia jogado algumas partidas pela competição. No retorno, no meio de 2021, continuou em grande sequência de conquistas: foi novamente campeão da Libertadores (2021), Brasileirão (2022 e 2023), Paulistão (2023), Supercopa do Brasil (2023) e Recopa Sul-Americana (2022).
Marcelo surgiu no futebol profissional em 2005 com a camisa do Fluminense. No fim de 2006, ainda aos 18 anos, foi vendido ao Real Madrid e virou um dos grandes ídolos da história do clube espanhol, onde atuou por 15 anos. Depois de passar pelo Olympiacos, da Grécia, voltou ao Tricolor carioca no começo de 2023.
O retorno às Laranjeiras teve momentos históricos: além de conquistar o estadual sobre o rival Flamengo, o time foi campeão da Libertadores pela primeira vez. O lateral ainda levantou o troféu da Recopa antes de encerrar a passagem no início de novembro após discussão com o técnico Mano Menezes.
Quem não se deu bem:
Vagner Love foi revelado pelo Palmeiras em 2002. Foi artilheiro da equipe na conquista da Série B de 2003, que marcou o retorno à elite, e vendido ao CSKA, da Rússia, no ano seguinte. O atacante brilhou no futebol russo, conquistou as edições de 2004 e 2007 da Copa América com a seleção brasileira e fez os palmeirenses sonharem com o retorno em algum momento.
Quando aconteceu, porém, nada saiu como planejado. Ele voltou ao time paulista no meio de 2009, viu a equipe cair de produção e deixar o título do Brasileirão daquele ano escapar e chegou a sofrer agressões de torcedores na saída de um banco. O vínculo foi encerrado e ele não ficou para a temporada de 2010. Anos depois, ainda foi jogar no rival Corinthians, onde foi bem e conquistou títulos.
Cicinho chegou ao São Paulo em 2004 e se destacou. Em 2005, teve um ano mágico, com as conquistas do Paulistão, Libertadores e Mundial. Foi vendido ao Real Madrid em 2006, mesmo ano em que disputou a Copa do Mundo com a seleção brasileira.
O retorno em 2010, por empréstimo vindo da Roma, gerou expectativa nos torcedores, mas foi frustrante. Com alto salário e desempenho abaixo do esperado, o vínculo terminou quase cinco meses depois e não foi prorrogado.
Douglas Costa também voltou ao clube que o mostrou para o futebol depois de jogar até Copa do Mundo pela seleção. Revelado pelo Grêmio em 2008, passou por equipes como Bayern de Munique e Juventus antes de retornar ao Tricolor gaúcho em 2021.
A passagem durou apenas oito meses e não deixou saudade nos gremistas. O atleta foi alvo de polêmicas durante a campanha do Brasileirão que terminou com o rebaixamento à Série B. O contrato foi rescindido em fevereiro de 2022 depois de três gols e duas assistências em 28 jogos.
Taison também surgiu no futebol gaúcho em 2008, mas pelo Inter. O atacante foi campeão da Libertadores de 2010 e foi vendido ao Metalist. Depois de anos no futebol ucraniano, defendendo também o Shakhtar, voltou ao Internacional em 2021 – também com passagem pela seleção em Copa do Mundo.
O retorno ao Colorado, porém, não rendeu conquistas. O jogador também se envolveu em polêmicas e conviveu com lesões. O contrato foi rescindido no começo de 2023, sem brilho.
A trajetória de Paulinho no Corinthians começou em 2010. O volante se destacou com as conquistas da Libertadores e Mundial de 2012, além do Brasileirão de 2011 e Paulistão de 2013. Deixou a equipe paulista rumo ao futebol europeu, passando por Tottenham e, depois de atuar no futebol chinês, Barcelona. Disputou as Copas do Mundo de 2014 e 2018 e voltou ao Timão em 2022 com status de grande ídolo.
O desempenho no retorno, porém, ficou abaixo do esperado. Ele rompeu o ligamento do joelho esquerdo por duas vezes e passou grande parte do tempo no departamento médico. O vínculo foi encerrado em maio deste ano.