O Brasil fechou as Olimpíadas de Paris com 20 medalhas: 3 de ouro, 7 de prata e 10 de bronze. Mas, afinal, esse desempenho foi bom ou ruim?

A verdade é que há jeitos de ver os números e chegar nas duas respostas.

É possível dizer que foi uma boa Olimpíada. O país se manteve na casa das 20 medalhas e brigou por muitas outras. Segundo números do próprio COB, foram mais 11 casos em que brasileiros terminaram em quarto ou quinto lugar.

E mais importante ainda: o Brasil fez participações históricas em várias modalidades e teve chances reais em esportes impensáveis há alguns anos, como tênis de mesa, ginástica rítmica, canoagem slalom e tiro com arco.

É inegável que há uma evolução.

Mas também não se pode esconder que o desempenho ficou, sim, abaixo do esperado. Dá até para dizer que ficou bem abaixo em alguns casos.

E isso nas contas do próprio Comitê Olímpico Brasileiro. Foi a cúpula do COB que colocou o objetivo de melhorar números e quebrar recordes em Paris. O país ficou a só uma medalha de igualar as 21 de Tóquio, em 2021. Mas ficou muito distante dos 7 ouros que teve também na capital japonesa e no Rio de Janeiro, em 2016.

Isso resultou em uma queda grande no quadro de medalhas e a volta para o 20º lugar – uma posição para a qual o próprio Paulo Wanderley, presidente do COB, havia garantido que o país não voltaria.

O gostinho final é um pouco amargo, com a decepção principalmente pelos poucos ouros. O próprio COB não soube explicar bem o que aconteceu, colocou a culpa nas “ondas, nos eventos e nos contratempos”.

Há uma espécie de sinal de alerta já ligado para Los Angeles 2028. Há um consenso correto de que o Brasil tem conseguido trabalhar uma nova geração consistente a nível internacional. Mas também há dúvidas sobre quem conseguirá fazer o número de ouros crescer novamente.

E nenhuma de nossas estrelas vai ficar mais nova daqui para frente. Rebeca Andrade, por exemplo, é dona de 4 medalhas em Paris, mas já anunciou que não pretende mais disputar todas as provas da ginástica – o que já a faria inelegível para dois pódios que teve na França (solo e individual geral).

No fim, as Olimpíadas de Paris não foram ruins. Mas também ficaram longe de serem boas também.