Em 2004, quando era a então campeã do mundo e tinha Ronaldo, Rivaldo, Kaká e Ronaldinho, a seleção brasileira disputou um jogo das eliminatórias contra a Argentina em Belo Horizonte.
Pelos valores da época, os ingressos, que se esgotaram em poucos dias com vendas tumultuadas pela alta procura, variavam entre R$ 30 e R$ 150.
Pela correção do IGP-M, um dos índices oficiais de inflação do país, os ingressos de Brasil x Argentina de 2004 custariam hoje entre R$ 113 e R$ 566.
Preços não muito diferentes do que o torcedor de Salvador pagou para assistir ao jogo da seleção contra o Uruguai nesta quarta-feira, também pelas eliminatórias. Os setores mais baratos partiam de R$ 100 e as cadeiras mais caras batiam nos R$ 600.
E sobraram lugares vazios na Fonte Nova.
Mas é pura bobagem culpar apenas o preço do ingresso por seguidas vezes a seleção brasileira hoje jogar quase sempre como mandante com milhares de lugares nos estádios vazios.
Quase tudo é caro hoje em entretenimento no Brasil. Um ingresso de cinema pode custar quase R$ 100. Qualquer show internacional (e hoje eles acontecem aos montes) vale mais que R$ 500.
A seleção brasileira hoje não enche estádio só por que o ingresso é caro.
Se fosse um filme ou um show, o time de Dorival seria uma atração ruim. Muito ruim algumas vezes.
E quando o show ou o filme são ruins, não lota. Simples assim.