Imagine um clube modesto de Portugal que lançou, ou impulsionou, a carreira de três técnicos que conquistaram quatro Libertadores e quatro Brasileiros em apenas seis anos.

Esse clube existe. E esse insano acúmulo de títulos pode acontecer em pouco mais de uma semana.

O Braga já foi o local de trabalho de Jorge Jesus, Abel Ferreira e Artur Jorge.

O primeiro ganhou, com o Flamengo, a Libertadores e o Brasileiro de 2019.

Abel já tem dois títulos do Brasileiro e outros dois da Libertadores com o Palmeiras. Pode ganhar outro Nacional nesta temporada. Disputa o título, cabeça a cabeça, com Artur Jorge, que ainda pode ganhar neste sábado sua primeira Libertadores com o Botafogo.

Jesus, até então sem títulos e nenhum grande no currículo, chegou no Braga em 2008. Fez excelente campanha no Português, terminando em 5º lugar, e foi campeão da extinta Copa Intertoto, da Uefa.

Seu sucesso no Braga o levou para o Benfica, onde virou um dos grandes treinadores de Portugal.

Os laços de Abel Ferreira com o Braga são mais forte.

Após o início da carreira de treinador nas categorias de base do Sporting, foi contratado pelo Braga primeiro para o time B. Logo foi promovido para o principal, que comandou entre 2016 e 2019.

Já Artur Jorge é cria total do Braga, inclusive nasceu na cidade e foi jogador do clube.

Ele comandou as categorias de base do clube e depois passou para o profissional. Levou o clube até a disputar a Champions League. Ficou lá até abril deste ano, quando aceitou a proposta do Botafogo.

Jesus, Abel e Artur não são os únicos treinadores de sucesso que passaram pelo Braga.

Rúben Amorim, recentemente contratado a peso de ouro pelo Manchester United, também fez o caminho time B e profissional do Braga antes de brilhar no Sporting.

Se não dá para sonhar com Amorim, clubes brasileiros têm uma alternativa para trazer um técnico do Braga e repetir o sucesso de Flamengo, Palmeiras e Botafogo com os portugueses.

Carlos Carvalhal, que já esteve na mira de Flamengo e Atlético-MG, também nasceu em Braga e foi jogador do clube, em que acumula várias passagens como treinador.

Hoje, está novamente está lá. Com certeza grandes brasileiros podem pagar mais a ele.

Em contato com Luciano Borges, supervisor de reportagem e apuração da ESPN, o presidente do Braga, António Salvador, deixou claro que a régua para treinar o clube é alta.

“Somos muito exigentes com os treinadores. Se o treinador não tiver mentalidade vencedora, ela vai-se embora”.

Simples assim.