Memphis Depay será jogador do Corinthians até 2026 por um salário estratosférico.
Quem cobre o clube de perto diz que o holandês vai custar pelo menos R$ 3,5 milhões mensais ao clube.
Em um ano, Depay vai responder por uma despesa mínima de R$ 42 milhões para o Corinthians.
Não dá para deixar de discutir se um clube com dívida assustadora, e calotes seguidos, poderia contratar um jogador tão caro.
Para jogar números consistentes nessa discussão, o blog vai usar o “Relatório Convocados”, elaborado pela consultoria de mesmo nome, em parceria com a Galapagos Capital e Outfield.
O trabalho tabula os dados financeiros dos principais clubes brasileiros.
O Corinthians até o ano passado tinha uma ótima relação entre gastos com salários e receitas.
O clube consumiu com o pagamento de todos os salários o equivalente a apenas 33% de suas receitas, o melhor desempenho do país (o Flamengo ficou em segundo, com 37%).
Segundo o relatório, o Botafogo torrou 73% de seu faturamento apenas com o pagamento de salários. Pior ainda foi o Bahia: 85%.
Em 2024, o Corinthians gasta mais com salários, mas ainda assim vai ficar longe dos 70% das receitas considerados como limite para gastos com salários.
Se pelo lado dos salários não é tão absurdo assim o Corinthians contratar Depay, fica difícil defender o holandês com o tamanho da dívida do clube.
Segundo o “Relatórios Convocados”, o time do Parque São Jorge terminou 2023 com a maior dívida líquida do futebol brasileiro: R$ 1,894 bilhão.
Mesmo com receitas em alta, o Corinthians tem a sexta pior “alavancagem”, a relação entre dívidas líquidas e receitas totais, do futebol brasileiro.
O Corinthians precisa de dois anos inteiros de receitas para pagar sua dívida.
No caso do Palmeiras, basta meio ano de receitas para quitar os débitos do clube. No Flamengo, apenas três meses.
Depay, pelo lado das finanças do Corinthians, é tão polêmico como a aposta se vai dar resultados positivos ou não dentro de campo.