Emerson Palmieri tem um currículo invejável. O lateral-esquerdo nascido no Brasil, mas naturalizado italiano, foi campeão por Santos, Chelsea, West Ham e também pela Itália, onde fez parte do grupo que conquistou a Eurocopa. Por toda a sua experiência, o atleta de 30 anos pode ser apontado como um exemplo para os mais jovens.

Um desses é Luiz Guilherme. O jovem revelado pelo Palmeiras foi uma das principais contratações do West Ham para a atual temporada. E no que depender do agora colega de time, tem tudo para brilhar.

“Eu estava de férias em Santos, e aí quando eu vi que anunciaram ele, eu fiquei feliz, óbvio, é mais um brasileiro aqui. Mandei mensagem para ele. Claro, é um menino novo, eu passei por isso também lá atrás. Sei o quanto não é fácil a mudança, o medo de você sair do seu país, o idioma, tudo. Quando eu fui para a Itália com 19 anos, eu não tive, talvez, alguém que pudesse me dar essa ajuda, e eu sei o quanto faz diferença. Então, quando eu vi que ele tinha acertado, eu mandei mensagem para ele. Falei, ‘olha, Luiz, se precisar, estamos aí. Pode contar comigo e também com o Paquetá, então fica tranquilo que futebol é língua universal, fica em paz, não é nada de diferente do que você sabe fazer. É jogar bola e apenas ser feliz. O resto, o extracampo, o que precisar, eu estou aí para te dar uma mão’. E, pô, é um menino super do bem e a gente está muito feliz com ele”, iniciou ele, em entrevista exclusiva à ESPN.

Palmieri, que ainda muito jovem foi emprestado pelo Santos para Palermo e Roma, antes de ser contratado de forma definitiva pelo clube da capital italiana, sabe como a mudança para um novo continente é algo complicado para os jogadores, e aconselhou Luiz Guilherme, que até o momento ainda vem frequentando mais o banco de reservas, e mais uma vez deve estar fora do onze inicial neste sábado, contra o Fulham, em duelo com transmissão do Disney+:

“Realmente precisa de um tempo de adaptação. São casos raros que você vê um jogador jovem que sai do Brasil e já consegue explodir lá fora. Então, tem o tempo de adaptação, isso eu falo para ele também, e claramente ele entende que é ter paciência, querer aprender e evoluir. Acho que isso que é o principal. Pegar esse tempo, tem apenas 18 anos, então tem uma carreira toda pela frente. Não se cobrar ao extremo, mas também ser um cara focado, dedicado e querer aprender. E isso ele, desde o primeiro dia, sempre se mostrou muito disposto a aprender e a evoluir. Então, eu acho que isso aí faz parte do amadurecimento, faz parte do processo, e aí acredito que daqui a pouco ele já vai começar a ter mais minutos também.”

E se Luiz ainda é uma promessa prestes a estourar na Premier League, há quem já seja realidade. Um deles é Erling Haaland, autor de um hat-trick no duelo com o West Ham, em 31 de agosto, e que “tirou o sono” de Emerson Palmieri.

“Cara, é difícil. Acho que jogar contra o Manchester City em si já é muito difícil, se você pegar em cada posição, são jogadores de nível top 5 de cada posição. Então é sempre muito difícil enfrentar o Manchester City. E, claro, o Haaland, é um cara que é difícil de falar, mas ao mesmo tempo é fácil, porque ele já mostrou para todo mundo do que ele é capaz. É um cara que às vezes não participa muito do jogo, dentro do campo você tem outras áreas que foca mais em defender, eles têm os extremos muito bons, o Doku, tem o Bernardo Silva, tem o Kevin [de Bruyne] no meio, então você tem que tentar defender essas jogadas para fazer [a bola] não chegar no Haaland, porque você já sabe que se ele tiver oportunidade, ele precisa de uma. No jogo, ele acaba até passando despercebido, porque você foca em outras áreas, você tenta bloquear o passe, bloquear tudo que pode chegar no Haaland. Mas tem hora que não tem como. Tem vez que essa bola acaba chegando e a gente sabe que ele, na frente do gol, eu acredito que foram poucos que eu joguei contra que eu vi desse nível, que eu joguei a favor, também. Então, é um cara que já mostrou para todo mundo, na minha opinião, é um dos melhores jogadores do mundo. Como camisa 9, eu acredito que atualmente é o melhor dentro da área.”

Defensor, Emerson não é de marcar muitos gols. Um deles aconteceu justamente depois de uma entrevista para a ESPN. Quem sabe o “amuleto” volte a funcionar.

“É verdade, é verdade. Você já me deu sorte uma vez. Acho que agora é voltar para casa e já me preparar, da última vez deu certo. Vai que, no sábado, sobra uma bola de novo e aí eu consiga fazer outro golzinho.”

Caso aconteça no duelo com o Fulham, ele já sabe até mesmo como comemorar, atendendo um pedido de seu filho.

“Ainda tem [o pedido do filho para ele comemorar igual o CR7]. Agora, acabou acontecendo até o Mbappé, que foi para o Real Madrid, aí agora ele está entre Kylian Mbappé e Cristiano Ronaldo, são os dois. Ou ele fica fazendo assim [imita o Mbappé] ou faz o ‘siuuu’. Mas acredito que ainda é o Cristiano Ronaldo que ele quer ver eu fazendo, mas essa aí é difícil, deixa para ele. Só em casa mesmo [risos].”

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