Não há como fugir: nas ruas, nos jornais, na boca do povo, a seleção brasileira de futebol é simplesmente “El Scratch“. Um apelido muito mais difundido no Chile do que “Amarelinha”, “Canarinho” – aqui há a versão feminina, “la Canarinha” – ou Pentacampeã.

Não estamos acostumados a ler ou ouvir alguém chamando a seleção de “Scratch“. Soa como algo antigo… E vem exatamente dos tempos áureos do futebol brasileiro o apelido que pegou não apenas no Chile, mas na América Latina.

A conquista do primeiro título mundial em 1958 marcou a todos. A equipe de Djalma e Nilton Santos, Didi, Garrincha, Pelé e Vavá ganhou nos campos da Suécia o apelido de “Scratch de Ouro” pelas exibições, goleadas e jogadas exuberantes – o famoso “jogo bonito”.

A palavra “scratch” – arranhar ou riscar, em tradução livre – vem da música: o movimento utilizado por DJs para ir e voltar com um disco, um truque tal qual os dribles que os brasileiros apresentavam na Copa do Mundo.

Se há 66 anos o apelido surgiu, ele ganhou ainda mais as páginas latino-americanas com o bi em 1962 no Chile.

Sem Pelé (lesionado ainda na fase de grupos), mas com Garrincha e Amarildo brilhando, “El Scratch” revalidou o título e ganhou de vez os corações por aqui.

Atualmente, a seleção brasileira está longe de ser o “Scratch de Ouro” de décadas atrás, mas o respeito continua.

A ver, agora, se a história começa a ser reescrita nesta quinta-feira (10) no mesmo Estádio Nacional de Santiago da conquista do segundo Mundial.

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