A prova de que o mundo do futebol dá voltas – algumas inesperadas – estará nas duas áreas técnicas do Estádio Nacional de Santiago, que recebe Chile e Brasil nesta quinta-feira (10), às 21h30 (de Brasília), pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo.
O confronto, absolutamente fundamental para as pretensões das duas seleções, colocará frente a frente Ricardo Gareca e Dorival Júnior, técnicos que não são amigos, talvez nem se conheçam pessoalmente, mas que já tiveram uma ligação há exatos dez anos.
Foi em 2014 que o destino de um cruzou o do outro. Em um Palmeiras bagunçado, que em nada se assemelha ao que é de hoje, Gareca foi trocado por Dorival, na campanha que evitou o terceiro rebaixamento alviverde no Campeonato Brasileiro.
A história começou em maio daquele ano, quando Gilson Kleina foi demitido e abriu espaço para uma aposta da diretoria. Respaldado pelo bom trabalho no Vélez Sarsfield, da Argentina, Gareca foi anunciado pelo Palmeiras com a missão de chacoalhar um elenco que sofreria.
A contratação, porém, não rendeu o esperado. O argentino ficou à frente do Palmeiras até setembro daquele ano e acabou dispensado após 13 partidas, em um trabalho de resultados ruins (quatro vitórias, um empate e oito derrotas). Gareca foi embora com a equipe em 16º lugar, com 17 pontos em 18 rodadas.
Não foi só o desempenho do time que custou o emprego do técnico. A ESPN apurou que fatores como a má comunicação com o elenco contribuíram para a decisão. Ao conversar com o elenco, a diretoria palestrina percebeu uma grande descrença dos jogadores em Gareca, visto internamente como “perdido” pela falta de reação do time.
Com receio de um novo rebaixamento, que seria o terceiro depois de 2002 e 2012, o Palmeiras optou por trocar Gareca por Dorival Júnior, livre no mercado desde a saída do Fluminense, em 2013. Na chegada ao clube, o novo técnico ouviu só um pedido.
“Sair do rebaixamento. Apenas isso”, revelou o técnico ao ser procurado pela ESPN.
Dorival foi a primeira opção do Palmeiras, que via nele alguém com mais conhecimento de futebol brasileiro do que Ricardo Gareca, além da tentativa de provocar um “choque” no elenco para motivar uma reação na reta final do Brasileirão.
A chegada de Dorival, no entanto, não provocou uma revolução no Palmeiras. Os resultados ruins continuaram, mas, no fim, o objetivo foi cumprido. O empate por 1 a 1 com o Athletico-PR, no Allianz Parque, salvou o Verdão da queda. Foram 40 pontos no campeonato e a 16ª posição, justamente a mesma que Gareca deixou ao sair, meses antes.
A passagem de Dorival pelo clube acabou justamente na partida contra o Athletico. Ele e Gareca seguiram, claro, caminhos separados até se encontrarem agora, em uma partida que pode ajudar a minimizar a pressão sobre ambos.
O Chile é o vice-lanterna das eliminatórias, com cinco pontos e apenas uma vitória em oito jogos. O Brasil, com dez, é o 5º colocado, dentro da zona de classificação à Copa de 2026, mas bem longe da expectativa que sempre existe sobre a seleção.
Brasil
México
Argentina
Perú
Chile