Nesta terça-feira (25), o líder Palmeiras recebe o vice-líder Botafogo no Allianz Parque, às 21h30 (de Brasília), em jogo mais do que decisivo pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A partida acontece praticamente um ano depois da histórica virada do Verdão no Nílton Santos, quando o Fogão abriu 3 a 0, mas viu o adversário reagir e ganhar por 4 a 3 no último lance do embate.

O resultado acabou invertendo a balança do Brasileirão 2023, com os palestrinos arrancando na reta final e aproveitando os vários tropeços dos cariocas para conquistar o bi nacional.

Daquele jogo, todos lembram dos momentos decisivos, como os golaços do jovem Endrick e o pênalti perdido por Tiquinho Soares na parte final do duelo.

No entanto, algumas histórias são menos lembradas, como o engano no grito de “é campeão” da torcida botafoguense e a infame “piscadinha” do volante Marlon Freitas nos acréscimos.

Abaixo, a ESPN recorda alguns dos causos do famoso Botafogo x Palmeiras de 2023:

“É campeão”

O atacante Endrick, atualmente no Real Madrid, foi o grande nome da virada do Palmeiras naquele 1º de novembro de 2023. Ele recolocou o Verdão na partida com um golaço no 2º tempo e depois marcou mais um bonito gol para diminuir o placar para 3 a 2, o que acabou catapultando a remontada palestrina nos acréscimos.

Em entrevista após a partida, o garoto contou que acabou se motivando com os gritos de “é campeão” da torcida botafoguense antes da partida, quando as equipes ainda aqueciam para iniciar o clássico no Rio de Janeiro.

“Uma coisa que ficou entalada em mim foi a torcida (do Botafogo)… Óbvio que torcedor é assim, mas quando gritaram ‘é campeão’ no aquecimento, eu fiquei, querendo ou não, é difícil falar, mas com um ódio no coração. O nosso torcedor também veio nos apoiar e eu não iria deixar eles gritarem ‘é campeão'”, bradou Endrick, em entrevista ao Premiere.

Acontece, porém, que foi tudo um grande mal-entendido, já que os gritos de “é campeão” da torcida botafoguense eram uma homenagem ao remador Lucas Verthein, atleta do Glorioso, que havia faturado a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, dias antes do jogo.

Verthein, inclusive, chegou até a brincar em suas redes sociais quando ficou sabendo da entrevista do atacante do Palmeiras.

“Nem nos meus piores pesadelos eu imaginaria que a minha vitória no Pan pudesse ser responsável por possuir o Endrick daquela maneira”, escreveu o remador, em tom de piada.

As palavras de Abel Ferreira

Em entrevistas após o jogo, os atletas do Palmeiras deram grande crédito ao técnico Abel Ferreira pela virada no Rio de Janeiro, tanto por suas palavras na preleção pré-jogo quanto pelos ajustes feitos no intervalo.

Na conversa prévia à partida, o português ressaltou o tempo todo aos seus comandados que a atitude positiva seria imperativa no Nílton Santos, com os jogadores acreditando o tempo todo que era possível conseguir um grande resultado na casa do Botafogo.

“Temos que ter boa energia hoje no jogo, energia positiva o jogo inteiro. Jogar à nossa maneira. Queríamos essa oportunidade, temos essa oportunidade e vamos aproveitá-la”, disse Abel, em vídeo de bastidores divulgado pelo Alviverde.

“Temos que estar positivos o jogo todo. Tem que pensar: ‘Vai dar! Vai dar! Vai dar!’. Não importa como estiver, vai dar. É isso que temos que levar para dentro do campo hoje”, seguiu.

“Até o fim! Do início ao final do jogo. O jogo só acaba quando termina. Acontece muita coisa durante o jogo, e nós temos que estar preparados para tudo. […] Positivos, unidos e corajosos”, completou.

Depois, em entrevistas concedidas após a virada alviverde, vários jogadores do time paulista também exaltaram o treinador pelas mudanças feitas no intervalo do jogo e também pelo discurso que iniciou a reação.

”Às vezes a gente cansa de falar do Abel (Ferreira), mas a gente vai ter que falar de novo dele. A gente chegou para o intervalo abatidos, porque não é normal tomar três gols no primeiro tempo, e ele chegou e falou: ‘eu tenho certeza que, pior do que isso, vocês não vão fazer, pior do que o primeiro tempo vocês não vão fazer. Perdemos o primeiro tempo, vamos ganhar o segundo’. A gente ficou com isso na cabeça”, contou o goleiro Weverton.

”Nada do que tínhamos feito no primeiro tempo ia voltar atrás, era entrar no segundo tempo para fazer um gol, para entrar no jogo, para voltar a confiança e a gente conseguir essa virada histórica. Tenho certeza que o Botafogo está triste porque perdeu, mas quem veio aqui, hoje, viu uma baita partida, um espetáculo de jogo. Óbvio que a gente vai sair feliz pela vitória, mas com certeza foi um grande jogo, foi uma grande partida de futebol”, completou.

Da piscadinha ao beijinho

Um dos momentos mais emblemáticos da virada palmeirense aconteceu nos acréscimos do 2º tempo, quando a partida estava empatada em 3 a 3.

Com um placar que ainda lhe era favorável, já que mantinha a diferença para o Verdão na tabela, o volante Marlon Freitas, do Botafogo, “cavou” uma falta na intermediária e celebrou bastante.

Ao comemorar, ele deu uma marota piscadinha para seus companheiros no banco de reservas, num sinal de que havia atingido seu objetivo de esfriar o ímpeto palmeirense, ganhando alguns segundos preciosos.

No entanto, a piscada acabou virando o símbolo da vitória alviverde, já que, pouco depois, o Palmeiras conseguiu carregar a bola ao ataque e teve falta para bater na intermediária.

Na cobrança, Raphael Veiga levantou com veneno na área e achou o zagueiro Murilo, que chegou completando de chapa no 2º pau para fazer 4 a 3 para os paulistas.

Um detalhe: ao ajeitar a bola antes de bater, Veiga deu um carinhoso beijinho na redonda antes de cruzar. E o resto é história…

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